Hungria assume presidência da UE e desperta polêmica sobre mídia
Enquanto o presidente da França, Nicolas Sarkozy, faz um dramático pronunciamento em defesa do euro, sugerindo que o fim do euro “seria o fim da Europa”, a Hungria se prepara para assumir a presidência da União Europeia (UE) em meio a uma forte polêmica sobre a mídia.
Medidas heterodoxas do governo húngaro para intensificar os controles de mídia e confiscar fundos de pensão privados estão irritando líderes do bloco.
Publicado 02/01/2011 12:19
As medidas do primeiro-ministro Viktor Orban e seu partido Fidesz, de centro-direita, foram censuradas publicamente por políticos da Grã-Bretanha, Alemanha e Luxemburgo, cujo ministro do Exterior questionou abertamente na semana passada se a Hungria seria “merecedora” de liderar a UE.
Pressão
Berlim e outras capitais pressionaram Budapeste para emendar a nova lei de mídia antes mesmo de entrar em vigor, preocupados com a possibilidade de que o controle dilua a mensagem de “liberdade de imprensa” do bloco e torne-se uma distração em meio à crise da dívida da Europa.
“Nós esperamos que o governo húngaro resolva em breve essa questão satisfatoriamente e que ela não tenha impacto adverso sobre o desempenho da presidência húngara da UE”, salienta o Ministério do Exterior britânico em comunicado.
Mas a Hungria bateu o pé
Na quinta-feira (30), o presidente do país ratificou a legislação que estabelece uma nova autoridade nacional de mídia repleta de seguidores do Fidesz, que supervisionará toda a produção de notícias públicas e que terá poderes para impor grandes multas à mídia privada.
Orban, cujo partido de centro-direita conquistou dois terços do Parlamento em abril, prometeu resistir à pressão para mudar a lei, dizendo que ela foi mal interpretada por estrangeiros não familiarizados com a situação doméstica húngara.
Durante seis meses, a Hungria presidirá o início de negociações sensíveis sobre o Orçamento de 2014 a 2020 da UE, debate que colocará Grã-Bretanha, Alemanha e França contra países mais pobres do Leste Europeu e da Europa Central, aos quais estão sendo impostos pesados sacrifícios e o monitoramento do FMI.
O bloco também precisará entrar em discussões polêmicas como a integração da grande minoria cigana e a pretensão de Bulgária a Romênia em entrar para o acordo de livre circulação da zona do euro.
Com agências