Lukashenko é reeleito na Belarus; Oposição reage com violência
O presidente de Bielorússia, Alexander Lukashenko – que está há 16 anos no poder -, foi reeleito neste domingo (19), no primeiro turno da disputa presidencial. O resultado foi anunciado em meio a acusações de irregularidades e protestos de oposicionistas. A polícia reprimiu as manifestações e mais de 600 pessoas foram presas, algumas condenadas a até 15 dias de prisão, incluindo sete dos nove candidatos da oposição.
Publicado 21/12/2010 10:26
Segundo a Comissão Eleitoral, o presidente foi reeleito com 79,67% dos votos, contra 2,56% de Andrei Sannikov, o candidato rival mais próximo. Os adversários, contudo, defendem que o resultado da votação foi manipulado. Por isso, convocou cerca de 10 mil apoiadores ao centro de Minsk para exigir “a realização de eleições livres sem Lukashenko”, numa demonstração de que o foco da manifestação é o mandato do presidente, que pretendem derrubar a todo custo..
Quebrando vidraças e portas, os manifestantes tentaram entrar no edifício onde se encontra o Governo, o Parlamento e a Comissão Eleitoral, mas foram dispersados por fortes contingentes policiais e militares. Mais de 600 pessoas foram presas. O ministro do Interior bielorrusso revelou que os organizadores dos protestos foram detidos e que enfrentam até 15 anos de prisão pelo crime de organização de motins em massa.
Os candidatos Andrei Sanikov, Vladimir Nekliaev, Nikolai Statkevich, Rygor Kastusev, Vitali Rymachevskii, Ales Mijalevich e Dimitri Uss estavam entre os presos. Os únicos postulantes que não foram detidos são Iaroslav Romanchuk e Viktor Tereshchenko.
Lukashenko, que foi criticado por monitores eleitorais internacionais por contagem falha dos votos e ação violenta da polícia, acusou os manifestantes de banditismo. "Não haverá revolução nem criminalidade em Belarus", disse, acrescentando que as forças de segurança agiram com firmeza contra a "barbárie e destruição" de militantes.
Lukashenko descreveu também como amorais as críticas feitas por uma missão de observadores da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa. Como era de se esperar, a embaixada dos Estados Unidos denunciou o "uso excessivo da força" contra os manifestantes na ex-república soviética.
"Estamos particularmente preocupados com o uso excessivo da violência por parte das autoridades, especialmente contra vários candidatos nas eleições que foram agredidos e detidos, assim como contra jornalistas e membros da sociedade civil", diz a nota. Em Moscou, o presidente russo Dmitry Medvedev disse que a eleição foi uma "questão interna" de Belarus e não quis falar sobre os protestos.
O presidente Lukashenko foi indexado como integrante do "eixo do mal" durante o governo de george W. Bush (2001-2008). As potências imperialistas ocidentais, os EUA e muitos membros da União Europeia, lhe fazem oposição no plano internacional e fomentam a oposição interna.
Com agências