PT-MG quer que Dilma mude "relação cordial" com Aécio
O PT de Minas Gerais espera que o governo da presidente eleita Dilma Rousseff adote uma postura mais dura em relação ao ex-governador e senador eleito Aécio Neves (PSDB) e a gestão tucana no Estado. Em meio a um processo de mea culpa e reflexão sobre sua divisão interna, o PT mineiro quer que o diretório nacional e o futuro governo endossem a estratégia do diretório estadual, definida em resolução aprovada no fim de semana passado.
Publicado 11/12/2010 11:55
"O que Minas quer construir, pactuado com a direção nacional, é que nós já escolhemos nosso adversário. Nosso adversário é o modelo que o Aécio está implantando em Minas com o (governador reeleito) Antonio Anastasia", disse ontem o presidente do PT mineiro, deputado Reginaldo Lopes.
No documento que trata das eleições deste ano e do futuro da legenda em Minas, o PT afirma que Aécio "se consolida como porta-voz do PSDB e líder da oposição neoliberal", cabendo ao diretório estadual o "contraponto primordial a esse projeto tucano". E ressalta: "Cabe ao DN (diretório nacional) e ao nosso governo federal o reconhecimento dessa condição estratégica de nosso Estado."
O PT de Minas classifica como "imposições" do PT nacional ter tido que condescender muitas vezes com o então governador mineiro Aécio Neves (PSDB), "em nome de uma boa relação que o governo Lula queria ter com o político da oposição". E neste ano teve que apoiar o PMDB para o governo de MG.
Para Lopes, desde a eleição de Lula não está clara a posição do governo Lula em relação a Aécio. Antes de tomar posse, o presidente prometeu tratar o tucano como um "governador do PT" e manteve com ele uma relação cordial.
Em 2008, na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte, o ex-prefeito Fernando Pimentel (PT) – que será o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – firmou, com a bênção de Lula, uma polêmica aliança com Aécio para a eleição de Márcio Lacerda (PSB).
Questionado sobre só exigir agora essa autonomia, Lopes disse: "Minas não teve no passado a unidade necessária para impor essa concepção".
Com agências