3º trimestre: PIB cearense cresce 8,43% e supera média nacional

De acordo com o estudo, um dos destaques é o crescimento da indústria, com 14,73% no terceiro trimestre, acumulando ao longo do ano uma taxa de 12,02%.

O Produto Interno Bruto (PIB) – a preços de mercado do Ceará – cresceu 8,43%, superando a média de crescimento do PIB brasileiro, de 6,7%, confirmando uma tendência dos últimos anos. Na comparação da economia cearense e brasileira pelo valor Adicionado a preços básicos, ou seja, sem a inclusão dos impostos, a taxa de crescimento do Ceará foi 7,58% maior que a do Brasil, 5,9%. Os dados são do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), órgão vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado do Ceará (Seplag).

De acordo com o estudo realizado pelo Ipece, o mesmo comportamento foi verificado na comparação do PIB cearense e brasileiro, no acumulado ao longo do ano de 2010, quando as taxas ficaram, respectivamente, em 8,67% e 8,4%. De acordo com o estudo, dentre os três setores pesquisados, a indústria cresceu 14,73% no terceiro trimestre de 2010, acumulando ao longo do ano uma taxa de 12,02%. Nos últimos quatro trimestres, a taxa foi de 9,04%.

A Construção Civil cresceu 11,53% no terceiro Trimestre/2010, responsável por grande parte da geração de emprego formal do Estado. Este segmento vem crescendo desde 2004 em função de medidas direcionadas ao setor de habitação, bem como pelas obras públicas, decorrentes de programas dos governos Federal e Estadual. A ampliação de crédito e salários com ganhos reais são, segundo a coordenadora das Contas Regionais do Ipece, Eloísa Bezerra, outros fatores que estão favorecendo a Construção Civil. Na geração de empregos formais a atividade já computou um saldo positivo, de janeiro a setembro deste ano, de 15.638 postos de trabalho.

A distribuição e produção de Energia, Gás, Água, Esgoto cresceu 17,72% no terceiro Trimestre/2010, influenciada pelo aumento do consumo de energia elétrica e água, em todas as categorias (industrial, comercial, residencial e rural), seguindo o ritmo da economia cearense. Já a Indústria de Transformação, em recuperação desde novembro/2009, registrou no terceiro trimestre um crescimento de 15,66% . O resultado é corroborado pela produção industrial pesquisada pelo IBGE (PIM-PF), que acumulou, no terceiro trimestre, um aumento de 11,5%, influenciado pela produção de alimentos e bebidas (20,1%); minerais não metálicos (10,8%) e calçados (7,9%), para citar as principais.

Setor de Serviços

Os serviços têm sido, segundo a pesquisa, o sustentáculo da economia cearense e, em 2010, o setor vem sendo impulsionado por todos os segmentos, com destaque para o Comércio, que cresceu 15,47% no terceiro trimestre deste ano, destacando-se as vendas varejistas. Esta atividade também vem crescendo, desde 2004, principalmente, em virtude da estabilidade econômica brasileira, cujos indicadores se apresentaram positivos ao comércio, influenciados pelo maior poder aquisitivo das famílias. Assim, mais pessoas tiveram acesso ao mercado, por meio de ganhos de renda, crédito facilitados, juros mais acessíveis, dentre outros.

Este resultado é corroborado pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), realizada pelo IBGE, que tem mostrado taxas positivas para o comércio varejista do Ceará e, no trimestre em análise, atingiu o patamar de 14,1%. Esta atividade é grande absorvedora de mão-de-obra formal. Ações do Governo Estadual direcionadas ao comércio, como isenções e reduções de impostos, sobretudo em produtos como medicamentos, gêneros alimentícios, bebidas quentes, material escolar, higiene pessoal, material de limpeza e da agricultura familiar, segundo a Secretaria da Fazenda do Estado, têm contribuído para o desempenho da atividade nos últimos anos.

O segmento alojamento e alimentação cresceu 15,47% no terceiro trimestre de 2010 em relação ao mesmo período do ano anterior. Esta é outra atividade que tem impulsionado a economia cearense, nos últimos anos. Os programas promocionais e os investimentos que estão sendo implementados colaboram para os resultados. Esta atividade também vem contribuindo para a ampliação do emprego formal no Estado.

Perspectivas

Para o fechamento da economia cearense, em 2010, o Ipece prevê um crescimento acima da média nacional, de 8,0%, suplantando a previsão de crescimento do PIB brasileiro de 7,5%, segundo o último Relatório Focus. Ao longo do ano de 2010, pesquisas realizadas por meio das expectativas do mercado e de instituições de classe, como Confederação Nacional das Indústrias (CNI), apontaram o mercado interno como o principal incentivador de crescimento, impulsionado, sobretudo pela expansão dos investimentos públicos e do consumo, movido pelas condições melhores de crédito e aumento da massa salarial real.

Detalhando as principais atividades que têm dado suporte ao crescimento econômico do Ceará, em 2010, destacam-se os Serviços, com maior taxa de crescimento, principalmente o Comércio Varejista, que vem obtendo resultados positivos, em função de créditos facilitados, aumento do poder aquisitivo dos salários e ampliação do emprego formal. Ainda no setor de Serviços as atividades turísticas, que estiveram muito incentivadas ao longo do ano, em função de obras em fase de execução e/ou com previsão, um conjunto de obras de infraestrutura que beneficiará o setor, incluindo a requalificação de alguns equipamentos, a destacar o Centro de Convenções.

A Indústria deverá fechar o ano com resultados positivos, para os três ramos: Transformação, Construção Civil e Energia, Água e Gás. Caso concretizem-se esses prognósticos, para o fechamento de 2010, o PIB cearense deverá alcançar um valor próximo de R$ 72,88 bilhões e um “per capita” de R$ 8.613, 00 dados revisados.

Para 2011, a expectativa é de que o Ceará deverá manter a tendência dos últimos anos de crescer acima da média nacional, para a qual está previsto um crescimento de 5,5%. No entanto, para um prognóstico mais concreto para a economia cearense, em 2011, deverão ser levados em consideração, além da recuperação das economias mundiais e a continuidade de crescimento da economia brasileira, os efeitos climáticos, dado que o Ceará tem a maior parte de seu território inserido no semiárido nordestino, com constantes oscilações climáticas que interferem em sua economia.

O Ceará, hoje, apresenta condições favoráveis para crescer com melhoras significativas nos indicadores sociais, tendo em vista os investimentos que estão sendo implementados, que deverão contribuir para o avanço socioeconômico do Estado, ou seja, melhor distribuição de renda, com absorção de mão-de-obra, estimulando sua qualificação e salários mais justos. Pesquisa completa, inclusive com tabelas, no www.ipece.ce.gov.br

Fonte: Ipece