PCdoB busca ampliar protagonismo na Bahia
O Comitê Estadual do PCdoB se reuniu no último sábado (4/12), em Salvador, para avaliar o desempenho eleitoral do partido e definir a atuação nos dois próximos anos visando ampliar sua influência politica no estado.
Publicado 07/12/2010 03:12 | Editado 04/03/2020 16:19
Os 63 dirigentes estaduais debateram ainda as perspectivas dos governos Dilma e Wagner, gestões as quais a atuação dos comunistas foi decisiva para a conquista. O êxito do governo Dilma, esforço nacional do Partido, e a ampliação das conquistas no segundo governo de Wagner são objetivos prioritários do PCdoB da Bahia.
O partido vai trabalhar ainda para ampliar seu protagonismo político no estado, tendo como ponto de partida o excelente desempenho nas eleições de outubro. O PCdoB foi vitorioso em todas as disputas em que participou: reelegeu o governador Jaques Wagner, elegeu a presidente Dilma Roussef, os senadores Lídice da Mata e Walter Pinheiro, além de três deputados federais – Alice Portugal, Daniel Almeida e Edson Pimenta- e três estaduais – Álvaro Gomes, Jean Fabrício e Kelly Magalhães. Vale destacar ainda, que para a Câmara Federal, o PCdoB na Bahia elegeu mais representantes do que o PMDB e o PSB. A votação do partido no estado contribuiu também de forma decisiva para a ampliação da bancada comunista na Câmara dos Deputados, sendo a única unidade da federação a eleger três parlamentares.
Em 2012, o partido concorrerá à prefeitura de Salvador e de diversos municípios do interior.
É embalado por excelente desempenho que o PCdoB decidiu fortalecer suas bases e ampliar sua atuação em toda a Bahia. Para começar, o Comitê Estadual decidiu que o PCdoB vai desenvolver uma ampla campanha de filiação e formação política de novas lideranças, ampliando sua atuação no movimento social. Vai investir ainda na estruturação dos comitês municipais e na organização do partido em todo o estado. Manter e ampliar seus espaços na gestão estadual decorrente dos excelentes resultados eleitorais e construir o projeto para 2012 que inclui candidatura do PCdoB para prefeito em diversos municípios do estado, além da capital Salvador, onde o PCdoB obteve uma votação expressiva em outubro, com muitos candidatos e candidatas muito bem votados. Confira aqui, a íntegra do documento com todas as deliberações do Comitê Estadual.
Lutar pelo êxito dos governos Dilma e Wagner e ampliar o protagonismo do PCdoB
Eleição de Dilma, vitória de caráter estratégico
A eleição de Dilma Rousseff para a presidência da República se constitui numa vitória de caráter estratégico para as lutas progressistas e populares no Brasil e na America Latina. Esta terceira grande vitória do povo assegura a continuidade da obra realizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e possibilita a luta por conquistas ainda mais promissoras para o próximo quadriênio. A aliança liderada por ela e pelo presidente Lula conquistou perto de 70% das 513 cadeiras da Câmara dos Deputados, a maioria no Senado Federal e elegeu dezessete governadores. O Partido Comunista do Brasil empenhou-se desde o primeiro momento pela vitória de Dilma. Além de ajudar na construção da base de apoio política e social à Dilma, seus candidatos, suas candidatas e militantes destacaram-se nesta batalha. Catorze governadores e vinte e oito senadores eleitos tiveram o apoio decidido dos comunistas.
PCdoB obteve boa colheita eleitoral
O PCdoB colheu resultados políticos positivos nas urnas em outubro. Aumentou suas fileiras e ganhou lideranças expressivas. Em relação às eleições de 2006 para a Câmara dos Deputados o Partido cresceu a votação absoluta em 40,83%, somando 2.791.694. Atingiu a porcentagem de 2,85% do total de sufrágios já validados, índice que em 2002 fora de 2,25%. Houve um incremento proporcional em relação a 2006 de 37,08%. Ampliou a bancada de 13 para 15 cadeiras. Nas Assembleias Legislativas, aumentou de 12 para 18 representantes, podendo este número ainda crescer devido a pendências jurídicas.Em razão do esforço de lançar maior número de candidatos, inclusive com sete chapas próprias às Assembleias Legislativas, o Partido conseguiu 2.376.886 votos – o que corresponde a 2,43% do total, índice que em 2006 fora de 1,57%. Teve neste ano quase 1 milhão de votos a mais que em 2006.
Quanto ao Senado, em relação a 2002, agora em 2010, o Partido quase dobrou a votação com 12. 561.716 votos, o que corresponde a 7,37% do total, índice que em 2002 fora de 4%. Com este resultado significativo, o PCdoB, entre todas as legendas, foi a quarta mais votada para o Senado Federal. Assim, supera o seu rendimento de 2006 quando ficou em quinto lugar. Elegeu Vanessa Grazziotin, a primeira senadora do Amazonas, estado estratégico da Amazônia brasileira. Passou a contar, portanto, com duas cadeiras no Senado(…)
A candidatura de Flávio por muito pouco não foi para o segundo turno, no Maranhão. Foi um feito político e um notável avanço (resolução da 5ª Reunião do CC).
Grande vitória na Bahia
As eleições de 2010 confirmaram uma vitória arrasadora das forças progressistas que iniciaram um novo ciclo político na Bahia, com a eleição do governador Jaques Wagner, em 2006. Dilma obteve 62,62% dos votos válidos no primeiro turno e no segundo turno ampliou para 70.85%, Wagner foi reeleito no primeiro turno com 4.101.207 votos (63,83 %), Walter Pinheiro e Lídice da Mata chegam ao Senado com larga margem de votos.
A base de apoio ao governo elegeu 22 deputados federais e 36 deputados estaduais. A esquerda, além de eleger os dois senadores, garantiu as maiores bancadas da sua história no Estado: 18 deputados estaduais e 13 federais.
O êxito do projeto eleitoral do PCdoB da Bahia é parte desta vitória. A eleição dos três deputados federais – objetivo especifico perseguido com prioridade – foi alcançada com votações expressivas para Daniel Almeida (135.817 votos, 10º mais votado), Edson Pimenta (103.904 votos, 15º) e Alice Portugal (101.588 votos, 16ª). Saímos de uma votação total de 233.489 em 2006, para 356.089 em 2010, o que representa um crescimento de 52,51%. Salvador contribuiu com 83.501 votos (23,45%) e o interior com 272.588 votos (76,55 %). A definição e distribuição de áreas de campanha do Partido mostrou-se equilibrada e necessária para alcançarmos este resultado. O PCdoB elegeu mais deputados federais que o PSDB e o PMDB.
Mantivemos também a bancada na Assembléia Legislativa, com a eleição de Jean Fabrício (52.057 votos), Álvaro Gomes (38.463) e Kelly Magalhães (36.141), em chapa própria, que obteve no total 392.549 votos. Crescimento de 57,94% em relação a 2006, quando foram 248.543 os votos obtidos. Nesta experiência, tivemos cinco candidatos que superaram os trinta mil votos.
Os camaradas que fizeram parte da chapa própria foram fundamentais para o êxito do projeto eleitoral, a maior vitória obtida pelo PCdoB no país. Além da expressiva votação, possibilitaram uma intensificação – com maior grau de regionalização e municipalização – da campanha dos nossos candidatos a deputados federais. O total de votos da chapa em relação aos candidatos estaduais ficou bem próximo da soma da votação dos três federais, demonstrando que as dobradinhas, em geral, funcionaram bem.
O resultado de 278.543 votos de deputados estaduais no interior (70,96 %) fortaleceu os vínculos do Partido com as regiões. Em Salvador obtivemos 114.006 votos na chapa própria (29,04% do nosso total) , 8,9% dos votos válidos, este desempenho atesta a consolidação da nossa presença na capital. O PCdoB foi o 2º partido mais votado em Salvador para deputado estadual. Portanto, a expansão para o interior não ocorreu com enfraquecimento do Partido na capital.
A nossa vitória nas urnas foi conseqüência da nossa expansão política, verificada a partir de 2006 – participação no governo Estadual, eleição de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores -, de uma correta tática eleitoral, do grande empenho da militância e candidatos, do apoio de aliados e da direção nacional e de uma firme condução e administração da campanha por parte da direção estadual.
O lançamento da chapa própria para deputado estadual foi parte fundamental desta tática. Os resultados em 03 de outubro comprovaram a justeza da decisão. Não conseguimos a quarta vaga por cerca de 1.350 votos. Se a direção estadual não tivesse enfrentado resistências e incompreensões, que terminaram por limitar o tamanho da chapa própria, estaríamos comemorando uma vitória ainda mais significativa, com a eleição de quatro a cinco deputados estaduais.
Nos municípios governados por prefeitos do PCdoB obtivemos resultados eleitorais positivos em Juazeiro, Campo Alegre de Lourdes, Capela do Alto Alegre, Correntina, Matina, Itacaré, Gandú, Prado, Rodelas, Heliópolis, Ituaçu, Ibicoara, Urandi, Serra do Ramalho e São Sebastião do Passé. A participação dos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores filiados ao PCdoB, e dos comitês municipais na batalha eleitoral baseou-se nas decisões partidárias. Casos isolados devem ser tratados exemplarmente, conforme o estatuto, para garantir a nossa unidade política e orgânica. Os resultados eleitorais apontam para a continuação de uma trajetória de crescimento e fortalecimento do PCdoB
Reforçar o papel do PCdoB
Lutar pelo êxito do governo Dilma, esforço estratégico geral do Partido no país, e pela ampliação das conquistas no segundo mandato de Wagner são os objetivos prioritários do PCdoB da Bahia.
O Partido saiu fortalecido das urnas e credenciado para novas conquistas. A consolidação da nossa presença nos movimentos sociais, a ampliação da participação nas esferas institucionais de governo, o maior protagonismo na luta de idéias, a persistência na filiação de lideranças políticas e um projeto arrojado para as eleições de 2012 – lançando um número maior de candidatos a prefeitos, com destaque para Salvador onde obtivemos expressivo resultado eleitoral e possuímos quadros com reconhecida liderança e inserção social – são desafios que enfrentaremos para elevarmos o nível de nossa influência na sociedade e na disputa pelos rumos dos projetos nacional e estadual.
A nossa trajetória tem demonstrado que o fator partido tem sido decisivo para as conquistas obtidas. Sem o partido à frente, desempenhando o seu papel, as vitórias são efêmeras. O PCdoB pode avançar mais. Para tal, é preciso instituir em toda sua extensão a política de quadros do 12º Congresso e perseguir uma vida militante mais intensa em organizações partidárias mais definidas e estáveis.
Vamos mobilizar o conjunto partidário em torno das diretrizes traçadas pelo Comitê Central (5ª Reunião do CC, 28/12/2010) para elevarmos a nossa força e avançarmos na luta pelo socialismo.
Salvador, 04 de dezembro de 2010.
O Comitê Estadual do Partido Comunista do Brasil – PCdoB