Novos protestos pedem anulação das eleições no Haiti
Milhares de haitianos saíram às ruas, pela segunda vez em três dias, para pedir a anulação das eleições legislativas e presidenciais. A manifestação foi encabeçada por vários candidatos e líderes da oposição que falam em fraude eleitoral.
Publicado 06/12/2010 10:45
Munidos de cartões vermelhos, os manifestantes tentaram aproximar-se do Palácio Presidencial em Port-au-Prince, mas foram impedidos pela polícia anti-motim. Eles pediam a anulação do pleito e a saída do presidente René Preval, assim como das forças de paz da Nações Unidas.
Os manifestantes lançaram pedras contra os policiais, enquanto tentavam chegar ao palácio presidencial. A polícia reagiu usando gás lacrimogênio.
“O objetivo desta manifestação é pedir a anulação das eleições do dia 28 de novembro. Queremos que a Comissão Eleitoral Provisória seja renovada, já que com ela não vamos a lugar nenhum” afirma Fleurissaint Junior Raymond, candidato às legislativas.
Essa foi a segunda manifestação desse tipo, convocada por políticos da oposição, em três dias. Um dos candidatos opositores, Charles Henri Baker, liderava a passeata.
O resultado da votação só será divulgado na terça-feira. Muitos observadores internacionais concordam que houve fraude, no entanto, a missão conjunta da Organização dos Estados Americanos (OEA) e do grupo regional do Caribe, Caricom, considerou a eleição válida.
Observadores temem que a situação do Haiti, já caótica por causa do terremoto e do surto de cólera, torne-se ainda mais grave após a divulgação do resultado da eleição, que pode causar novos protestos.
A ONU afirmou que a epidemia de cólera no país deve afetar um número muito maior de habitantes do que o inicialmente previsto. Cerca de 650 mil pessoas podem ser infectadas nos próximos seis meses, segundo a nova estimativa. Além disso, a organização disse acreditar que o número de mortos seja o dobro do que o número oficial de 1800 vítimas.
Diante dessa situação, os apelos à calma multiplicam-se e os manifestantes prometem não cruzar os braços.
Com agências