Deputado quer aprovar logo medida que prepara eventos esportivos
Entre as Medidas Provisórias que estão travadas na Câmara está a que cria a Autoridade Pública Olímpica (APO). O deputado Edmilson Valentim (PCdoB-RJ), relator da MP, acredita que, superados os obstáculos do período eleitoral, a MP seja aprovada ainda este ano. “Só foram apresentadas três emendas, o que dá ideia da consciência do papel e da importância da Câmara de responder rapidamente as exigências do COI (Comitê Olímpico Internacional).”
Publicado 02/12/2010 15:03
Ele anunciou, em entrevista ao Programa Palavra Aberta, da TV Câmara, que vai incluir na MP da APO o conteúdo da MP 489, que criava a Empresa Brasil 2016 e que perdeu a validade sem ser votada pela Câmara. Ele explica que a empresa vai ser o braço executivo da APO para execução das obras do governo federal. A primeira (entidade) vai planejar os Jogos Olímpicos e a segunda vai executar suas obras.
Mas ele destaca que as obras serão feitas pelos três entes da federação – União, Governo do Estado e a Prefeitura do Rio de Janeiro, “sob a orientação, fiscalização, e sobretudo controle da APO, já que temos que entregar a cidade do Rio em 2016 preparada para a receber as Olimpíadas.”
Valentim diz que nas preparações para as Olimpíadas de 2016, o Rio conta com uma vantagem. “A responsabilidade é muito grande. Temos que ter a sensibilidade para atender os que vão assistir e os que vão competir, inclusive os atletas paraolímpicos”, avalia, acrescentando que “a vantagem é que nós vamos ter vivido a Copa em 2014, que não vai ser só no Rio mas em várias capitais do País, mas vamos aproveitar os preparativos para a Copa do Mundo que já vai ajudar.”
Exigência do COI
Ele explica ainda que “a APO foi uma exigência do COI para ganharmos as olimpíadas. O COI não quer discutir com cada um dos órgãos envolvidos na preparação, mas uma instituição que represente o País na organização dos jogos”, diz, destacando que em Londres, que vai sediar as Olimpíadas de 2012, existe o Ministério das Olimpíadas.
“É uma forma de organização. Cada país tem a sua forma de organização. No Brasil existe a APO, que deve ser aprovada na Câmara dos Deputados, na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro e na Câmara Municipal do Rio”, disse o parlamentar, explicando ainda que a APO é um consórcio que reúne os três níveis de governo e se relaciona com o Comitê Olímpico Internacional e com o Comitê Organizador dos Jogos.
O custeio da instituição é dos governos federal, que já aportou R$54 milhões este ano, estadual e municipal.
Confiança no sucesso
Ele manifesta preocupação em iniciar logo as obras necessárias. E admite que os aeroportos representam grande problema, “porque é a porta de entrada de atletas e turistas; se não funcionar bem vai criar grandes problemas com o calendário das provas.”
Ao mesmo tempo, manifesta confiança no sucesso dos eventos, enfatizando que “não conquistamos as olimpíadas a toa, de graça. Para chegar ao nível de reconhecimento por parte de organismos tão exigentes como a Fifa e o COI, nós vínhamos fazendo o dever de casa”. E admite que “ainda não atingimos a solução dos problemas, estamos num processo, mas temos que enxergar esse eventos como ápice do crescimento econômico do país, de investimentos e distribuição de renda.”
E disse que o país está preparado para enfrentar o desafio de tratar da educação, saúde, infraestrutura e segurança e realizar esses grandes eventos.
De Brasília
Márcia Xavier