Flávio Dino defende aumento maior do mínimo devido a PIB negativo
No retorno dos trabalhos legislativos, o deputado federal Flávio Dino (PCdoB-MA) defendeu nesta quarta (3) que a Câmara dos Deputados priorize a votação do novo salário mínimo para entrar em vigor em janeiro de 2011. Segundo ele, é preciso dar continuidade a política de aumentos reais e a reposição das perdas inflacionárias.
Publicado 03/11/2010 18:07
“Para isso, devemos desconsiderar o PIB de 2009, que foi fruto da crise, e arbitrar um percentual justo que garanta o poder aquisitivo da classe trabalhadora”, afirmou.
O deputado defendeu um reajuste maior do que foi estabelecido no Orçamento de 2011 enviado ao Congresso pelo governo que aplicou a regra dos últimos anos. Nela, ficou estabelecido que o reajuste seria feito pela correção da inflação do ano anterior somado ao crescimento do PIB.
Ocorre que o PIB de 2009 ficou negativo e o cálculo do novo mínimo levou em conta apenas a variação da inflação. Por essa regra, o mínimo passaria dos atuais R$ 510 para R$ 538,15.
Nesta quinta (4), as centrais sindicais entregarão uma proposta unificada ao relator do Orçamento, senador Gim Argello (PTB-DF). O movimento reivindica aumento real de 7% o que elevaria o mínimo a R$ 575,80.
Dilma avalia compensação
Em entrevista nesta quarta (3), no Palácio do Planalto, a presidente eleita Dilma Rousseff considera possível chegar a uma negociação em torno de um reajuste melhor para os trabalhadores.
“Temos um critério que considero muito bom, baseado na inflação e no PIB. Temos o problema que o PIB de 2009 se aproxima do zero, até um pouco menos de zero. O Brasil teve uma recuperação muito forte. Então, estamos avaliando se é possível fazer essa compensação", disse.
Segundo ela, num cenário de PIB crescente o mínimo estará acima de R$ 700 em 2014. “Já em 2011, estaria acima de R$ 600, no final de 2011, início de 2012", projetou.
De Brasília,
Iram Alfaia