Fabrício: o deputado estadual mais votado do PCdoB na Bahia
Natural de Feira de Santana, mas autodenominado “filho político de Vitória da Conquista”, onde se estabeleceu há 22 anos, Jean Fabrício, escolhido por 52.057 eleitores, é o mais bem votado do PCdoB para a Assembleia Legislativa da Bahia e o segundo mais votado do partido nacionalmente, atrás apenas de Leci Brandão, de São Paulo.
Publicado 22/10/2010 02:46 | Editado 04/03/2020 16:19
Vereador de Vitória Conquista por dois mandatos, Fabrício é da Comissão Política Estadual do PCdoB e declara que exercerá um mandatao comprometido com as lutas populares.
A sua trajetória confirma. Militante do partido há 15 anos, quando ingressou na União da Juventude Socialista – UJS, também já integrou o Movimento Campesino de luta pela Reforma Agrária e foi assessor da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado da Bahia – Fetag. A formação política identificada com os ideais do PCdoB e a experiência nas lutas populares, lhe credenciam a opinar sobre atual momento vivenciado pelo Brasil. “O povo brasileiro não quer retroceder. E Dilma é a continuidade do programa do Governo Lula”, afirma.
Vermelho – A que atribui essa votação expressiva em sua primeira candidatura à Assembléia Legislativa?
Jean Fabrício – Atribuo a um trabalho realizado em 15 anos militância no partido, desde o movimento estudantil, organizando DCEs e grêmios, ao Movimento Campesino de luta pela Reforma Agrária. Depois fui fazer assessoria da Fetag e, nesse aspecto, venho desenrolando uma militância ampla e geral, não só em Vitória da Conquista, mas em grande parte do estado e em mais de 200 municípios, dando assessoria a uma entidade sindical que, hoje, está presente em 410 dos 417 municípios baianos. Então, a nossa votação se deu por conta disso; de uma militância árdua, de uma política incansável e também dos movimentos sociais do campo e os ligados à universidade e aos movimentos estudantis secundaristas; além de ter mostrado um mandato de vereador com seriedade. Agora, enquanto o deputado mais votado pelo partido, é garantir a vitória e a continuidade deste projeto no qual o PCdoB da Bahia está inserido, que é o Governo Jaques Wagner.
V – Qual a sua expectativa de atuação na Assembléia e as principais bandeiras?
JF – Serei um representante do Governo do Estado e defensor árduo deste projeto político. Atuarei em todos os movimentos em defesa dos trabalhadores, sejam urbanos ou rurais, mas, principalmente, serei um deputado ligado às bandeiras da Fetag, na luta por mais créditos aos agricultores familiares, por menos juros sobre os empréstimos do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), pedindo mais recursos para a Reforma Agrária na Bahia principalmente junto ao INCRA, e também no campo sindical, fortalecendo as entidades que dizem respeito à luta em defesa dos trabalhadores. Sou professor da Rede Pública Estadual e também irei atuar em defesa dos professores da Bahia.
V – E como deverá ser a atuação da bancada comunista na Casa neste segundo governo Wagner?
JF – O Governo Wagner será ainda melhor, com mais força e mais firmeza agora que conta com uma máquina já estabilizada, organizada e saneada de todo processo irresponsável que ocorreu nos governos anteriores. E o nosso partido precisa trabalhar unificado, porque tem a bancada na Assembléia funcionando como organismo. Espero que os deputados possam se reunir, pelo menos semanalmente, para discutir as ações do PCdoB na Casa, trabalhando de forma unida e não como mandatos isolados; Álvaro num mandato, Fabrício em outro e Kelly em outro. Claro que os deputados têm as suas variedades, tanto regionais como de representação política, geográfica e social, mas precisamos ter corpo de um organismo de partido, que funciona de forma unificada na Assembléia.
V – Qual a influência, então, do PCdoB na sua formação e atuação política?
JF – É o mesmo que me perguntar qual a importância de eu comer e beber todo dia. O PCdoB, pra mim, é tudo. É o único partido que tive militância. Tudo que sou politicamente, eu devo ao PCdoB; como partido, como exemplo de fazer política, como comunista que sou. Foi através do PCdoB que aprendi a fazer política e a entender como é que funciona a sociedade, e o momento atual da política no Brasil e no mundo.
V – E a respeito desse atual momento, de cenário de 2º turno nas eleições presidenciais, qual a sua avaliação e quais as expectativas com relação à campanha de Dilma Rousseff?
JF – A minha avaliação é que a eleição de Dilma é garantida. O povo brasileiro não quer retroceder no projeto político do PSDB e do DEM que destruíram o Brasil e a Bahia. E, no caso, votar em Dilma é a continuidade do programa do Governo Lula, que foi um programa progressista, transformador, que modificou as relações com o povo brasileiro, dando novo significado ao Brasil; não só para o seu povo, como para o mundo. Então, de uma forma segura, Dilma será eleita com ampla maioria de votos e garantirá a continuidade das mudanças e da luta de um Brasil melhor, sem fome, com menos desigualdade e que complete aquilo que ela fala com suas palavras: ‘Acabar com a miséria nos próximos quatro anos’.
De Salvador,
Camila Jasmin