Conselho de Segurança debate sobre o Oriente Médio
Em meio à tensão provocada pela interrupção das negociações entre Israel e a Autoridade Nacional Palestina (ANP), o Conselho de Segurança realiza nesta segunda-feira (18) seu debate mensal sobre a situação no oriente Médio.
Publicado 18/10/2010 10:55
A discussão é a primeira nesse órgão após a suspensão das práticas acarretadas pela decisão de Israel de não prorrogar a moratória decretada 10 meses antes sobre a construção de assentamentos de colonos israelenses na Cisjordânia.
O prazo de paralização desses trabalhos encerrou no dia 26 de setembro, sem que fosse renovado por Tel Aviv, o que obrigou a parte palestina a interromper as conversações iniciadas em Washington no princípio desse mês. Desde então, se registrou uma crescente demanda internacional para que o governo israelense detenha a atividade construtiva no território palestino, como condição indispensável para a reativação das negociações.
Além disso, surgiram importantes iniciativas, como a apresentada há dez dias pelo presidente da ANP, Mahmoud Abass, ante a Liga Árabe, sobre um eventual pedido aos Estados Unidos para que reconheça um estado palestino independente em toda a Cisjordânia.
A mesma solicitação pode ser apresentada ao Conselho de Segurança em busca de uma resolução que inste aos países membros da ONU a reconhecer um Estado palestino nas fronteiras de 1967.
A recente cúpula dessa agrupação regional concedeu um mês adicional à administração de Barack Obama para que possa persuadir o primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a deter a construção das colônias.
Nas últimas semanas, a edificação dos assentamentos foi rechaçada em várias ocasiões pelo secretário geral da ONU, Ban KI-moon, em contatos telefônicos com Netanyahu, Abbas e o enviado norte-americano para o Oriente Médio, George Mitchell.
Além disso, o chamado Quarteto para o Oriente Médio, integrado por Estados Unidos, Rússia, Nações Unidas e União Europeia, convocou Israel a manter a moratória como estímulo ao diálogo de paz.
Em uma declaração emitida em Nova York durante as sessões de debate da Assembleia Geral da ONU, esse mecanismo sublinhou que essas conversações podem resolver em um ano os assuntos cardeais do conflito.
O texto agregou que as práticas devem conduzir a um acordo que ponha fim à ocupação dos territórios nas mãos de Israel desde 1967 e ao surgimento de "um estado palestino independente, democrático e contíguo (a Israel) e viável".
Também percisou que as ações unilaterais de qualquer parte, incluída a vinculada aos assentamentos israelenses, não serão reconhecidas pela comunidade internacional e comvocou os países árabes a respaldarem as negociações e apoiarem a ANP.
Fonte: Prensa Latina