Palestinos afirmam que Israel "não é um estado judeu"
O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abbas, afirmou nesta sexta-feira (15) que não aceitará assinar um acordo de paz com Telavive que tenha como um dos pontos o reconhecimento de Israel como um estado judeu.
Publicado 15/10/2010 18:15
"Sob nenhuma circunstância a ANP assinará um acordo com Israel com termos que exijam a cessão de território ou o reconhecimento de Israel como um país judeu", afirmou Abbas.
A ANP "reconheceu a existência de Israel em 1993, e agora eles devem reconhecer o estado palestino, dentro das fronteiras estabelecidas em 1967", afirmou Abbas durante um encontro com membros do Hadash, o PC de Israel, no Knesset, o parlamento israelense, em Ramalá.
"Se mostrassemos algum titubeio nestas questões, o tratado de paz teria sido assinado a muito tempo atrás", continuou o presidente.
Abbas fez as declarações após o premiê israelense Benjamin Netanyahu afirmar que concordaria em cessar a expansão das colônias ilegais na Cisjordânia caso os palestinos reconhecessem Israel como um "estado judeu".
Afirmação causou ira
Denunciando a atitude de Netanyahu como uma "demanda inaceitável", Iasser Abed Rabo, secretário do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina, afirmou que esta questão foi colocada justamente para inviabilizar o direito dos refugiados palestinos de retornarem para suas terras.
A nova rodada de negociações diretas entre Israel e a Autoridade Palestina começou em 20 de setembro, em Washington, após um hiato de 20 meses. Porém, as conversações chegaram a um impasse depois que Israel se recusou a prorrogar a moratória que impedia construções nas colônias ilegais na Cisjordânia, reiniciando os trabalhos e fazendo com que a Autoridade Palestina abandonasse as conversações.
Os palestinos afirmam que a expansão das colônias em suas terras ocupadas tornarão impossível a concretização do Estado Palestino na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.
A Liga Árabe apoiou a decisão de Abbas de suspender as conversações e deu aos Estados Unidos um mês para que terminassem com o impasse.
Da redação, com PressTV