José Serra é reprovado pelo Diap como deputado constituinte
Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), o presidenciável tucano José Serra ficou com média final de 3,75 durante a votação na Constituinte de 1988 em questões relativas aos trabalhadores. Num quadro comparativo publicado nesta quarta (13), ele está atrás de Fernando Henrique Cardoso com média final 5 e Lula que tirou nota máxima, 10.
Publicado 13/10/2010 18:07
Serra se absteve em questões como direito de greve, jornada de trabalho de 40 horas, aviso prévio proporcional e estabilidade do dirigente sindical.
Mai tarde, entre 1993 e 1994, quando os deputados faziam a revisão constitucional, Serra deixou ainda mais clara sua opção pelo lado patronal.
Segundo o diretor do Diap, Antônio Augusto de Queiroz, ele apresentou uma proposta de modelo de organização sindical e negociação que prejudicava os trabalhadores.
“A proposta de José Serra, além de instituir a pluralidade, ou seja, autorizar a criação e funcionamento de vários sindicatos numa mesma categoria, ainda faculta ao empregador escolher com o qual deseja negociar, numa postura totalmente patronal”, disse Antônio Queiroz em artigo publicado no site do Diap.
O diretor do Diap ressaltou ainda que o candidato apoiou o projeto de flexibilização da CLT, “os direitos trabalhistas devem ser negociados entre patrões e empregados, cabendo àqueles escolherem com que entidade sindical de trabalhadores negociar.”
Lembrou a relação tumultuada do candidato quando foi governador de São Paulo com as entidades sindicais. “Os professores da rede pública e os policiais civis, fortemente reprimidos em seus movimentos, que o digam.”
Não esqueceu de pontuar que no Governo FHC, Serra foi ministro do Planejamento quando foram realizadas as reformas administrativas e previdenciária, que suprimiram mais de 50 direitos dos servidores.
De Brasília,
Iram Alfaia