Deputados pedem que Uribe seja investigado por espionagem
Congressistas do Partido Liberal colombiano pediram à Comissão de Acusações da Câmara de Representantes que investigue o ex-presidente Álvaro Uribe, por sua responsabilidade no escândalo de espionagem ilegal, que envolveu seu governo.
Publicado 07/10/2010 11:37
Segundo membros da bancada liberal, a Comissão já deve iniciar a investigação ante as novas revelações e declarações em torno do caso, considerado um dos piores escândalos na história institucional do país.
Sobre o assunto, o senador Luís Fernando Velasco, qualificou como graves as declarações de Uribe, quando expressou que assume a responsabilidade política e jurídica pelas atuações daquele que fora seu secretário geral, Bernardo Moreno.
Moreno, junto com oito ex-funcionários, foi sancionado pela Procuradoria Geral da Nação, com a desabilitação para exercer cargos públicos, por estar implicado em trabalhos de espionagem ilegal contra políticos, magistrados, opositores, jornalistas e ativistas de direitos humanos. "Se os colaboradores imediatos fizeram isso, o presidente sabia, ou, por acaso, foi pelas suas costas"?, questionou o senador.
"Eu creio, com todo o respeito, que a Comissão de Acusações demorou para iniciar de ofício uma investigação que o país está reclamando e que o presidente Uribe reconhece que deve ser feita", agregou.
Por sua vez, a senadora liberal Piedad Córdoba afirmou no Congresso que o ex-presidnete sabia de tudo relacionado com os trabalhos de espionagem ilegal que estavam sendo realizados a partir do Departamento Administrativo de Segurança (DAS, polícia secreta).
Para Córdoba – que foi vítima de perseguição por parte do DAS -, é impossível que os subalternos de Uribe temnham levado a cabo atividades ilegais sem o seu consentimento. Da mesma forma, afirmou que levará à Corte Suprema de Justiça os ex-funcionários sancionado, porque eles foram os que realizaram as interceptações telefônicas ilegais que originaram a sua destituição e desabilitação por parte da Procuradoria, por 18 anos, para exercer cargos públicos.
Na atualidade, o DAS, ente subordinado diretamente à Presidência, continua em meio a uma forte polêmica após ser revelado, no início de 2009, que realizava trabalhos de espionagem ilegal. Magistrados, políticos, ex-funcionários públicos, opositores, jornalistas, ativistas de direitos humanos e organizações não governamentais foram objeto de vigilância por parte do organismo de inteligência.
Desde então, se multiplicou a controvérsia sobre os propósitos que se perseguiam para cometer tais ilegalidades
Fonte: Prensa Latina