Artigo: Administrações do PCdoB são bem avaliadas

Tem sido enormes os desafios, especialmente quando se considera o heterogêneo perfil dos municípios, seja em relação à distribuição espacial nas diversas regiões do Estado, seja em decorrência do porte do município, ou da experiência dos gestores na administração pública.

De fato, o PCdoB administra prefeituras no sul, extremo sul, norte, nordeste, oeste, sudoeste, baixo sul, metropolitana – cada uma delas com grau diferente de desenvolvimento e particularidades que decorrem entre outros fatores das condições de solo, clima, pluviometria, etc. Ao mesmo tempo, verifica-se que sob responsabilidade dos prefeitos comunistas estão municípios de 240 mil habitantes, 40 mil ou 6 mil habitantes. Todos estes fatores demandam soluções específicas, ainda que se possa estabelecer políticas públicas aplicáveis a todos indistintamente.

Do ponto de vista do nível de organização partidária, igualmente observava-se um quadro bastante característico da estratégia estabelecida nacionalmente, em 2008, de avançar na luta institucional. Atraiu-se para a legenda novos filiados, oriundos do movimento popular ou fruto das frentes políticas construídas localmente para a disputa municipal. Resultou, portanto, uma nova realidade do ponto de vista orgânico, enriquecendo – a medida que tornava mais complexo – o desafio de gestão e de acúmulo de forças para novos embates políticos, inclusive eleitorais.

Neste sentido, criou-se grande expectativa em torno do resultado a ser alcançado pelo partido no que diz respeito à votação dos deputados estaduais e federais nas eleições de 2010. Conseguiria o partido votações que expressasem unidade política em torno do projeto coletivo? Como administrar distintos compromissos com outras forças políticas sem prejudicar o desempenho dos deputados comunistas? As urnas manifestariam que tipo de avaliação sobre as administrações municipais do PCdoB?

Naturalmente que são questões cuja resposta não é direta, nem padronizada para um contexto tão diverso, como já salientado. Contudo, um olhar preliminar sobre o resultado das eleições, nos permite concluir que o desempenho dos deputados estaduais e federais do partido nos municípios administrados pelo PCdoB foi muito positivo.

Destacamos abaixo, algumas votações asseguradas aos nossos deputados. São resultados extraordinários, como o caso de Matina, administrada pela Prefeita Olga Gentil, que garantiu 52,8% dos votos válidos do município para Daniel Almeida. Também são dignos de registro as votações obtidas por Daniel em Campo Alegre de Lourdes, do Prefeito Alessandro Dias, e em Capela do Alto Alegre, do Prefeito Claudinei Novato, ambos com 44,5 % dos votos válidos. O município de Ibicoara, da Prefeita Sandra Vidal, assegurou um índice de 38,2% para Edson Pimenta. Em Serra do Ramalho (Prefeito Carlos Caraíbas), Edson obteve 25,2% dos votos em candidatos. O município de Gandu, da prefeita Irismá Souza, deu 27,7% dos seus votos válidos para Alice Portugal. Em Itacaré, do Prefeito Antônio de Anísio, 32,5% dos votos foram para Alice e Edson.

Deve-se destacar ainda as votações obtidas por Álvaro Gomes em Heliopolis (36,5% dos votos válidos) e Rodelas (34,5%), comandadas pelos prefeitos Walter Almeida e Emanuel Ferreira. Wenceslau Júnior, candidato pela região sul, alcançou a marca de 31,4% dos votos válidos de Itacaré.

A estes resultados devem se somar a votação expressiva obtida por Daniel em Juazeiro, do Prefeito Isac Carvalho, que concorrendo com candidatos "da terra" conquistou 10,8% por cento da votação. Em Urandi, do Prefeito José Cardoso, Daniel obteve 38,7% dos votos válidos. Em Tanhaçu(Prefeito João Francisco) e Ituaçu (do Prefeito Neto), Edson conquistou 11,8% e 25,7% respectivamente. Em Prado (Prefeito Jonga), Edson e Alice ficaram com 25% dos votos válidos. Em São Sebastião do Passé (Prefeita Tânia Portugal) e Correntina (Prefeito Maguila), Alice e Daniel tiveram 13,7% e 14,1%, respectivamente.

Ao todo, os deputados federais do PCdoB alcançaram mais de 55 mil votos nos municípios governados pela legenda partidária, em 2010. Este número é expressivo quando se compara aos 114 mil votos obtidos em Salvador, cidade com 1,3 milhão de votos válidos e que tradicionalmente dá expressiva votação ao PCdoB.

A conclusão, portanto, é de que a estratégia de ampliar a presença partidária no comando das gestões municipais não apenas foi acertada, considerando a necessidade de ampliação da influência política do partido, bem como, repercutiu favoravelmente no desempenho eleitoral paras as casas legislativas, sobretudo a Câmara Federal.

Estão de parabéns os prefeitos e prefeitas do PCdoB na Bahia e que a unidade política partidária se fortaleça a cada dia, projetando a legenda e seu Programa Socialista.

* Secretário de Relações Institucionais do PCdoB/BA