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Tarso Genro anuncia estudos para criar "Conselhão" gaúcho

Eleito com 54,35% dos votos válidos, o futuro governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), anunciou ontem a criação de um grupo de assessoria para iniciar a organização do governo que assume em janeiro. A equipe fará estudos para a criação da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo e para a implantação do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) no estado, nos mesmos moldes do "Conselhão", que foi coordenado por Genro no primeiro mandato do presidente Lula.

Conforme o governador eleito, o grupo será formado por integrantes do PT, PSB, PCdoB e PR, que concorreram coligados, além de técnicos "não partidários", e vai trabalhar durante este mês para preparar o terreno para o gabinete de transição que ele pretende instalar em novembro, de comum acordo com a atual governadora, Yeda Crusius (PSDB). A assessoria vai ainda tomar as primeiras providências para a instalação de um "comitê permanente de negociação" com os servidores públicos e levantar dados sobre a situação financeira do estado.

Genro disse que a montagem do secretariado só será tratada a partir de novembro, depois das negociações com outros partidos para montar o desejado governo de coalizão. No domingo à noite, depois de confirmada sua vitória, o petista disse que vai convidar o PDT – que concorreu coligado com José Fogaça, do PMDB – para integrar o futuro governo. Ontem, ele falou sobre o assunto por telefone com o presidente estadual dos pedetistas, Romildo Bolzan Júnior. "Foi uma conversa fraterna e combinamos que, depois de consultar o diretório e a executiva do partido, ele vai sinalizar o momento adequado para que eu faça uma visita ao PDT."

O objetivo de Tarso Genro é formar maioria estável na Assembleia Legislativa. Juntos, PT, PSB e PCdoB conquistaram 18 das 55 cadeiras no parlamento estadual. Com o PDT o número sobe para 25, mas ainda faltariam três votos para garantir maior tranquilidade ao governador eleito na apreciação dos projetos do Executivo. "Vamos tentar amarrar uma base majoritária, mas se conseguirmos uma base forte e tivermos possibilidade de diálogo e negociações pontuais por projetos importantes, isso já será muito bom", afirmou.

Fonte: Valor Econômico