Justiça Eleitoral pede retirada de obra da Bienal, diz curador
Segundo um dos curadores da 29ª Bienal de SP, a Justiça Eleitoral pediu a retirada da obra "El Alma Nunca Piensa Sin Imagen" (a alma nunca pensa sem imagem) da mostra, que abriu ontem para convidados (e abre neste sábado para o público). Agnaldo Farias, curador ao lado de Moacir dos Anjos, diz que a diretoria da Fundação recebeu notificação considerando a obra ilegal.
Publicado 22/09/2010 09:21
"A justiça considerou o trabalho uma propaganda eleitoral. Não pode ter imagem de candidato em lugares públicos. A gente não pode contestar a decisão, porque corremos o risco até de ser presos", disse Farias.
A obra do artista argentino Roberto Jacoby simula uma campanha eleitoral usando imagens dos candidatos Dilma Rouseff (PT) e José Serra (PSDB). Os artistas, trajando camisetas vermelhas com o nome "Dilma" e a estrela do PT, fazem uma espécie de campanha para a candidata.
Segundo Farias, a obra chegou pronta da Argentina e foi instalada pela equipe do artista. "Se soubéssemos que se tratava da Dilma, sabíamos que haveria problemas e teríamos avisado o artista."
A instalação está proibida a partir de hoje. A Bienal não decidiu se vai retirar o trabalho ou se vai cobri-lo com um pano. Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do TRE-SP disse não conhecer o caso.
Fonte: Folha de S. Paulo