Campanha para parlamento venezuelano entra na reta final
A apenas seis dias das eleições legislativas, os partidos políticos venezuelanos que buscam uma cadeira na Assembleia Nacional pisam no acelerador em busca de votos, sobretudo os dos ainda indecisos. Nesta quinta-feira termina a campanha eleitoral, por isso os concorrentes entram em uma etapa decisiva.
Publicado 20/09/2010 10:23
Segundo algumas pesquisas, cerca de um terço dos mais de 17 milhões de votantes integram as fileiras dos chamados "nem-nem" (indecisos), que nesto momento convertem-se no centro de atenção.
De um lado, está a aliança revolucionária, bloco integrado por socialistas, comunistas e outras forças partidárias do processo de mudança liderado por Hugo Chávez, e, do outro, a Mesa da Unidade, entidade que agrupa uma dezena de organizações opositoras.
Ainda que no cenário político apareçam outros atores, pouco protagonismo têm nesta eleição para definir os 165 deputados à Assembleia e os 12 ante o Parlamento Latino-americano. Socialistas e aliados contam com quase dois milhões de ativistas envolvidos no trabalho "1×10", iniciativa na qual cada militante deve entrar em contato com 10 eleitores.
De acordo com o chefe do comando de campanha do partido de cor vermelha, Aristóbulo Istúriz, esse método permitirá fazer um intercâmbio com mais de cinco milhões de venezuelanos. "Ao redor de 40% das pessoas já abordadas estão para além do que temos chamado de o voto duro chavista (que sempre respaldou a Revolução nas diferentes eleições)", explicou na última sexta-feira.
Além do 1×10, serão um fator fundamental as mobilizações e marchas, sobretudo as caravanas em lugares onde a direita tem aparente vantagem. O próprio Chávez tem encabeçado gigantescos percursos por Táchira, Zulia, Miranda, Mérida, Lara e Caracas, e já adiantou que nestes dias finais de campanha fará o mesmo.
Por sua vez, a oposição tratará de incrementar sua ação na rua, ferramenta até agora preterida em prol de anúncios televisivos em meios privados. Inclusive dentro de suas filas, alguns têm advertido que a publicidade sem um trabalho eleitoral pode ser insuficiente nas aspirações a ter uma presença significativa no Hemiciclo.
Nesse sentido, o dirigente Enrique Mendoza prometeu a Operação Amarre, com mais de meio milhão de ativistas, ainda que tal mobilização ainda não tenha sido significativa e o tempo esteja passando.
As forças políticas em disputa têm na reta final de campanha outras preocupações, entre elas a de preparar suas testemunhas de mesa. Dados divulgados ontem pelo Conselho Nacional Eleitoral refletem o credenciamento de 61.592 testemunhas, que deverão garantir os interesses das partes nas 36.773 mesas, distribuídas em 12.562 centros de votação.
Com respeito aos prognósticos, em geral, as pesquisas divulgadas antes do vencimento do prazo outorgaram o triunfo aos socialistas e aliados, em vários casos dando-lhes a tão ansiada maioria qualificada (ao menos 110 das 165 cadeiras).
Fonte: Prensa Latina