Venezuela indeniza multinacional suíça nacionalizada
A Venezuela vai compensar a empresa suíça do setor de cimento Holcim em US$ 650 milhões pela nacionalização, em junho de 2008, de sua filial venezuelana. "A Holcim assinou um acordo com a República Bolivariana da Venezuela que determina os termos do pagamento de uma compensação pela nacionalização da Holcim Venezuela C.A em junho de 2008", afirma um comunicado.
Publicado 13/09/2010 15:27
"O valor total da compensação acordada é de US$ 650 milhões. Um primeiro pagamento de US$ 260 milhões já foi recebido", completa o texto.O restante será pago em quatro cotas anuais, segundo a empresa, uma das gigantes do setor de cimento.
Um porta-voz da Holcim, Peter Gysel, não quis revelar o valor exigido a princípio, mas destacou que a quantia acordada não alcança o valor da sucursal do grupo suíço no mercado.
Socialismo bolivariano
"Consideramos que é certamente inferior ao valor de mercado", disse Gysel à AFP. Com o acordo, a Holcim suspendeu o processo que havia iniciado no Tribunal Arbitral do Banco Mundial (CIADI).
A partir de 2007, o governo Hugo Chávez intensificou o processo de estatização de setores estratégicos da economia como a energia elétrica, as telecomunicações, a siderurgia e a indústria do cimento.
É um passo fundamental para a concretização e consolidação da revolução bolivariana, que declarou o objetivo de implantar o socialismo no país. A orientação política da nação, sob a presidência de Chávez, é radicalmente oposta à filosofia neoliberal e traduz uma revolução democrática das instituições e do modo de produção na Venezuela.
O presidente venezuelano está convencido de que “o capitalismo é perverso” e engajado na viabilização de um novo sistema econômico, político e social. “Eu defendo o socialismo, um sistema mais humano, mais justo para os povos”, declarou durante reunião do Mercosul ocorrida no início de julho. “Na América do Sul”, complementou, “nós precisamos de uma integração mais solidária e baseada no princípio da complementariedade. Devemos nos ajudar uns aos outros”, complementou.
Da redação, com agências