Sanções contra o Irã: silêncio e expectativa na ONU
Ainda sem figurar na agenda semanal do Conselho de Segurança, o tema das sanções contra o Irã alimenta expectativas a sete dias do final do 64º período ordinário da Assembleia Geral
Publicado 07/09/2010 22:22
Depois do feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos, os 15 membros do Conselho discutirão agora, de maneira oficial, a aplicação na prática das medidas que esse organismo da ONU aprovou em junho passado.
Esses castigos devem entrar em vigor na próxima quinta-feira, 9, quando se completam os 90 dias desde a adoção , em 9 de junho, da resolução 1929, que estabeleceu uma quarta rodada de sanções a Teerã por sua determinação de desenvolver a energia nuclear com fins pacíficos.
O programa do Conselho de Segurança para a última terça-feira, 7, previa o debate sobre um informe referente à violação de 250 pessoas, entre elas cerca de 30 menores por parte de grupos armados na República Democrática do Congo.
A Assembleia Geral analisará os conflitos na chamada área de Guam (Geórgia, Ucrânia, Azerbaijão e Moldova) e dentro de uma semana dará início a seu 65º período de sessões sob a presidência do ex-chanceler suíço, Joseph Deiss.
Embora o cronograma de problemas a tratar durante a semana não mencione a questão nuclear iraniana, o assunto pode vir à tona a qualquer momento.
Segundo meios de imprensa internacionais, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIES) acaba de elaborar um informe de acordo com o qual nos últimos quatro meses o Irã aumentou em 15% (até 2,8 toneladas) a sua produção de urânio.
Ao referir-se a esse documento, o representante iraniano na AIEA, Ali Asghar Soltanieh, disse que o texto confirma que seu país não desvia suas atividades nucleares para objetivos militares o proibidos
O quarto pacote de sanções contra o Irã foi aprovado por 12 votos a favor (Estados Unidos, França, Grã Bretanha, Rússia, China, México, Nigéria, Gabão, Bósnia-Herzegovina, Áustria, Japão e Uganda), dois contra (Brasil e Turquia) e uma abstenção (Líbano).
A medida contém uma chamada lista negra com os nomes de 40 entidades supostamente vinculadas ao esquema nuclear iraniano e veta a venda de oito tipos de armamento pesado ao país persa, inclusive veículos de combate.
Ademais, limita os investimentos iranianos no exterior e chama a inspecionar as cargas aéreas e marítimas provenientes do Irã e para lá destinadas, assim como os navios que sejam considerados suspeitos de transportar materiais vinculados à produção de armas nucleares.
Esse conjunto de ações foi impulsionado pelos Estados Unidos e a proposta final chegou ao Conselho de Segurança em 18 de maio com o respaldo dos demais membros permanentes do órgão: França, Grã Bretanha, Rússia e China.
As novas imposições se somam a outras anteriores decididas pelo Conselho de Segurança em dezembro de 2006 (resolução 1737), março de 2007 (1747) e março de 2008 (1803).
Na última segunda-feira o vice-presidente do parlamento iraniano, Shahabeddin Sadr, afirmou que as sanções e as pressões internacionais contra o Irã só proporcionarão mais oportunidades de progredir e defender sua soberania.
Fonte:Prensa Latina