TV Cultura: Salve Geral em defesa do "Manos e Minas"
Uma audiência pública em favor do programa "Manos e Mianas", da TV Cultura, está marcada para a próxima terça-feira (24), e contará com shows e manifestações culturais. A decisão de retirar o programa, que vai ao ar aos sábados pela TV Cultura, da grade de programação da emissora foi anunciada no início de agosto pelo presidente da Fundação Padre Anchieta, João Sayad.
Publicado 23/08/2010 15:41
Músicos, MC's, Rappers, B-Boys, grafiteiros e organizações sociais de todo país estão mobilizadas contra a extinção do único espaço da cultura hip hop na televisão brasileira, o "Manos e Minas", da TV Cultura. Uma audiência pública está marcada para a próxima terça-feira (24), às 19 horas, com atividades previstas para ocorrer em frente à Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.
Para a audiência pública estão programadas manifestações culturais em apoio ao programa, além dos shows com Max B.O, Emicida e Kamau. No local também serão recolhidas assinaturas para o abaixo-assinado em favor do “Manos e Minas”.
A decisão de retirar o programa, que ia ao ar aos sábados pela TV Cultura, da grade de programação da emissora foi anunciada no início de agosto pelo presidente da Fundação Padre Anchieta, João Sayad.
O programa existia há cerca de três anos e apresentava, além da música hip hop, matérias direcionadas à juventude das periferias, com temas como gravidez na adolescência, violência nas escolas, crescimento do consumo do crack e autoestima da população negra. Ao todo, foram 93 programas e 93 apresentações de diferentes artistas.
Programa que representa
Para o rapper Kamau a extinção do “Manos e Minas” representa não apenas o fim de um programa, mas o fim de um espaço importante dedicado à cultura da periferia. "Eu me sentia representado e [o fim do programa] é uma pena muito grande para a cultura hip hop e da periferia".
Kamau lembra que o programa foi uma conquista do movimento hip hop, frequentemente estigmatizado, e sua retirada significa a perda para uma grande parcela da população que não se vê em outros meios. "Onde vamos arrumar outro espaço como esse? Na tv aberta é muito difícil", pontua.
Da redação, com Brasil de Fato