Ubes divulga documento aprovado no 11º Enet
Entre 25 e 27 de julho, durante a 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) organizou o seu 11º Encontro Nacional de Escolas Técnicas (Enet), que reuniu estudantes de todo o país para cobrar avanços no ensino técnico e seguir a luta pelos 50% do fundo social do pré-sal para a educação. O 11º Enet ocorreu em Natal, RN. A entidade divulgou nesta semana a carta aprovada durante o encontro.
Publicado 10/08/2010 18:01
Em seu encontro, a Ubes debateu a educação profissional e tecnológica, tema do encontro, mas também diversificou a pauta. O debate sobre o movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Travestis e Transgênero (LGBT), por exemplo, teve espaço, com destaque para o combate à prática do chamado bullying, termo inglês utilizado para descrever todo e qualquer ato de violência física e psicológica praticado de forma repetida e intencional por um indivíduo.
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Pré-Sal para educação
Uma grande cerimônia realizada no auditório do IFRN homenageou os Senadores da República que contribuíram de forma direta para a aprovação do projeto que visa destinar 50% do Fundo Social do Pré-sal para a educação. O ato foi marcado ainda pela apresentação da carta do Enet e da entrega do Projeto Ubes Brasil, a plataforma dos estudantes secundaristas aos candidatos e para o debate sobre o desenvolvimento do país.
Na tarde do dia 27, após a homenagem aos senadores, os estudantes que participaram do 11º Enet tomaram as ruas de Natal em direção à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), local da Reunião Anual da SBPC. Com a alegria e o entusiasmo típicos dos estudantes secundaristas, faixas, bandeiras foram agitadas e palavras de ordem pronunciadas na concentração que aconteceu em frente ao portão principal da universidade.
Nesta semana a Ubes divulgou a carta aprovada durante o Enet.
Confira a íntegra do documento:
"Vivemos desde 2002, um novo cenário no país com uma nova inversão de prioridades com investimentos estratégicos em educação, geração de empregos e produção tecnológica. Este último trouxe ao povo brasileiro a alegria de descobrir grandes reservas petrolíferas abaixo da camada pré-sal, onde, pela primeira vez, desde a colonização do Brasil, temos a oportunidade de reverter essa riqueza em diminuição das desigualdades sociais, proporcionando um novo patamar de desenvolvimento sócio-econômico, onde se torna cada vez mais importante a ampliação e o fortalecimento da educação profissional, e se tornando, cada vez mais, um papel relevante no cenário nacional.
Mesmo com importância elevada durante a história de mais de 100 anos de sua criação, a educação profissional sempre foi tratado com descaso, aprofundado durante os anos 90, com a criação do decreto 2208/97, que desvinculava o ensino médio do ensino profissionalizante e vetava a ampliação da Rede Federal de Educação Tecnológica, em mais uma de tantas tentativas de enfraquecimento por parte dos que não querem o avanço social do Brasil.
Desde 2003, a Educação Tecnológica tem passado por mudanças importantes como a derrubada do decreto 2208/97, refletindo na ampliação da Rede de Educação Tecnológica, ressaltando aspectos importantes como a garantia do contínuo oferecimento do Ensino Médio Integrado, interiorização da rede, oferta de licenciaturas e o amplo processo de expansão da rede, saindo de 140 para 214 escolas técnicas, dando passos importantes no processo de democratização do acesso ao ensino.
Mesmo com todos esses avanços, os investimentos em educação profissional tecnológica ainda não são suficientes para acabar com os resquícios de quase um século de descaso. É necessário alguma medida que possa garantir a universalização e qualidade do ensino nas escolas técnicas. E para isso, torna-se necessário a criação de um Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Profissionalizante para potencializar o desenvolvimento e avançar cada vez mais nas mudanças do país. Em cima disso, propomos:
• Destinação de 50% do Fundo Social do Pré-sal para educação;
• Criação do Fundo Nacional de Desenvolvimento das Escolas Técnicas;
• Destinação de 50% das vagas por curso e turno para estudantes oriundos de escolas públicas;
• Educação Técnica Integral;
• Contínuo oferecimento do ensino subsequente, integrado, superior e EJA, garantindo a destinação de 50% das vagas por campus para o ensino integrado;
• Implementação do Plano Nacional de Assistência Estudantil;
• Padronização da matriz curricular dos cursos técnicos;
União Brasileira dos Estudantes Secundaristas"
Da redação, Luana Bonone, com UJS e Blog da Ubes