PC Português condena venda da Vivo à Telefónica
O Partido Comunista Português afirmou em coletiva de imprensa que a compra pela Telefónica da operadora Vivo é um "ato de capitulação dos interesses nacionais determinado pelos interesses dos principais acionistas privados da Portugal Telecom (PT) e sublinha que a alienação expõe a artificial encenação que o governo ensaiou a propósito do uso da Golden Share para tentar apresentar-se como defensor dos interesses estratégicos do país.
Leia abaixo a íntegra da nota, publicada no site do PCP
Publicado 30/07/2010 21:15
O anúncio da aquisição pela Telefónica da operadora Vivo constitui um ato de capitulação dos interesses nacionais determinado pelos interesses dos principais accionistas privados da PT. O PCP não pode deixar de sublinhar que a alienação pela PT da sua posição numa empresa com a dimensão e expressão da Vivo, acaba por pôr a nu a artificial encenação que ainda há poucas semanas o Governo ensaiou a propósito do uso da Golden Share para procurar apresentar-se como defensor dos interesses estratégicos do país.
Num momento em que se procuram iludir os prejuízos para o país decorrentes deste negócio, com uma alegada compensação do ato de alienação da Vivo com uma futura presença na Oi (empresa sem qualquer equiparação do ponto de vista estratégico à agora alienada, bem como a futura posição desvalorizada da PT na Oi, face à atual posição determinante na Vivo), o PCP reafirma que, feito o negócio, a questão essencial e exigível é a de que o governo imponha que o uso da receita agora obtida seja dirigida para o investimento nacional e para amortização da elevada dívida contraída com a aquisição da Vivo.
O PCP sublinha que este caso expõe com toda a clareza as consequências negativas que a entrega aos privados de um setor estratégico como o das telecomunicações acarretam ao país e ao interesse nacional, e recoloca com toda a premência a indispensável recuperação pelo Estado do controlo público deste setor.
Fonte: Site do PCP