Ney Campello aponta razões para Bahia sediar abertura do Mundial
Secretário Extraordinário para Assuntos da Copa do Mundo 2014, Ney Campello conversou com o Portal Vermelho sobre as razões que motivaram o governador Jaques Wagner (PT) a pleitear a abertura do Mundial na Bahia. Para além da expressão cultural e artística reconhecida internacionalmente, e a excelência em hospitalidade do povo baiano, as justificativas que credenciam o estado dizem respeito à infraestrutura hoteleira, investimentos em mobilidade urbana e o andamento das obras da arena esportiva.
Publicado 27/07/2010 21:07 | Editado 04/03/2020 16:19
A primeira e principal razão é o estágio de desenvolvimento do projeto da nova Fonte Nova. Salvador está entre as quatro cidades-sede com projeto mais avançado, junto com Belo Horizonte, Manaus e Cuiabá. Dentre estes, possui o mais avançado em relação ao financiamento no BNDES. “Do ponto de vista de entregar a praça esportiva, a Bahia, portanto, tem a maior probabilidade de cumprir com a meta de 31 de dezembro de 2012”, assegurou o secretário da Secopa. A questão do número de assentos também não seria um problema já que, na própria Copa da África do Sul, dois estádios foram adaptados com 12 e 13 mil assentos temporários; e a nova Fonte tem área disponível para ampliação.
A experiência baiana em sediar grandes eventos, a exemplo do carnaval, que é considerada a maior festa de rua do mundo, desponta como argumento irrefutável. “A Copa, do ponto de vista do fluxo de visitantes, representa em torno de 10% do que é o carnaval de Salvador”, pontuou Ney Campello. O secretário, inclusive, convidou a Equipe Técnica da FIFA que coordenou o Programa de Observadores na África do Sul – e convite já foi aceito – para conhecer a estrutura e funcionamento do carnaval em 2011. “Porque, quem consegue organizar uma festa como essa, consegue organizar, com igual eficiência e qualidade, uma abertura de Mundial”, ressaltou.
A campanha a favor da Bahia ganhou importante aliado: o publicitário Nizan Guanaes que, em evento de encerramento do Mundial na África, quando foi apresentada a marca da Copa 2014, defendeu publicamente Salvador para abrir os jogos. E foi a Agência de Nizan quem criou o novo logo da Copa.
Infraestrutura urbana
A ampla rede hoteleira do estado, incluindo, além de Salvador, Região Metropolitana, Litoral Norte e Recôncavo, comporta 60 mil leitos, superando os 40 mil demandados pela FIFA. Novos hotéis já estão em fase de construção e lançamento. Portanto, já existe uma estrutura hoteleira pronta. Além disso, a Secopa firmou um Protocolo de Intenções com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – ABIH/BA para assegurar que a linha de financiamento disponibilizada em todo o país, pelo BNDES, seja aplicado na modernização e requalificação da rede hoteleira.
Em se tratando de mobilidade urbana, Campello destaca o investimento de R$ 567 milhões, na Paralela, para construção do corredor ligando o Acesso Norte ao Aeroporto. O próprio Aeroporto também passará por obras de ampliação de pátio e terminal de passageiros, com R$ 45 mi assegurados pelo Governo Federal. Outros R$ 36 milhões serão destinados para o terminal de passageiros do Porto de Salvador, que vai estar articulado com a Via Expressa. Há ainda os investimentos do PCA 2 da Copa, que inclui as vias estruturantes que vão ligar o Iguatemi até a Lapa, através da Vasco da Gama; e as vias alimentadoras de acesso aos estádios de treinamento do Barradão e Pituaçu.
No campo da qualificação profissional, a Secretaria Extraordinário para Assuntos da Copa assinou Protocolo com o Instituto João Havelange para capacitação nos diversos segmentos, a exemplo do setor de serviços, construção civil, tecnologia da informação, restaurantes e hotéis. O foco é no aprendizado de idiomas, história da Bahia e de Salvador, atendimento ao turista, entre outros, de forma a receber bem o visitante. De acordo com o secretário, existe a possibilidade de estender o treinamento a jovens estudantes da Rede Pública de Ensino. “Estava em reunião agora há pouco com Ruy Pavan, coordenador do escritório do UNICEF para a Bahia e Sergipe, sobre os legados da Copa e, uma das nossas preocupações em comum é, justamente, a formação cidadã das crianças e adolescentes durante o período do Mundial”, afirmou Ney Campello.
De Salvador,
Camila Jasmin