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Venezuela rejeita acusação da Colômbia e convoca embaixador

O governo da Venezuela rejeitou nesta sexta (16) as acusações da Colômbia de que Caracas teria permitido a presença das Farc em seu território, dizendo que a alegação pretende prejudicar os laços entre os países antes da posse do novo presidente colombiano. Por conta da acusação, a Venezuela chamou para consulta o seu embaixador em Bogotá e anunciará "medidas políticas e diplomáticas" em resposta às "agressões".

"Chamamos o embaixador Gustavo Márquez para consultas em Caracas e para se inteirar de uma série de medidas políticas e diplomáticas que vão ser tomadas nas próximas horas para rebater a agressão do governo colombiano", disse em conferência de imprensa o ministro dos Negócios Estrangeiros da Colômbia, Nicolás Maduro.

Na quinta feira, a presidência colombiana afirmou ter provas "que confirmam a presença em território da Venezuela de alguns dirigentes do grupo terrorista FARC". A acusação, apenas um mês antes da posse do presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, colocou mais tensão sobre as relações já muito desgastadas devido a um acordo para uso de bases militares colombianas por forças dos EUA. Segundo Chávez, o acordo é uma ameaça ao seu governo socialista na Venezuela.

"Essa é uma tentativa desesperada de minar uma eventual normalização das relações bilaterais", disse o Ministério das Relações Exteriores venezuelano em comunicado, classificando as acusações de Bogotá de "um espetáculo patético".

O governo venezuelano, acrescentou: "Esperamos que o novo governo aceite como prioridade a proposta de um plano de paz da Colômbia, que permitirá a todos nós da América do Sul conduzir uma solução duradoura ao conflito armado que tem afetado nosso vizinho."

Nas instâncias internacionais

Para turvar ainda mais o clima, o governo da Colômbia ameaçou nesta sexta-feira acionar as instâncias internacionais para tratar da suposta presença na Venezuela de chefes das guerrilhas Farc e ELN.

"Durante seis anos o governo colombiano sustentou um diálogo paciente com o governo da Venezuela, ao qual, em várias ocasiões, deu informações sobre a localização de terroristas nesse território", diz a presidência colombiana em um comunicado. "Tudo foi infrutífero em relação a líderes terroristas. Devemos pensar novamente em acionar as instâncias internacionais", acrescenta.

Com agências