Lula diz que, como Presidente do Mercosul, quer ampliar comércio
Uma das prioridades de Lula como presidente do Mercosul, cargo que assume no segundo semestre deste ano, será ampliar oportunidades de comércio. Mais do que o fim de barreiras tarifárias, ele lutará pelas oportunidades de negócios entre o Mercosul e a União Europeia. O anúncio foi feito pelo próprio Lula na 4a Reunião de Cúpula da Parceria Estratégica entre o Brasil e a União Europeia, aberta na manhã desta quarta-feira (14), no Palácio do Itamaraty, em Brasília.
Publicado 14/07/2010 16:08
Na ocasião, Lula também falou para um público encabeçado pelo presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, sobre as estimativas para a economia brasileira este ano. "Projetamos crescimento da economia não inferior a 7% em 2010 e temos a meta de gerar 2,5 milhões de empregos", disse.
O Presidente disse que essa expectativa de crescimento só é possível porque há um crescimento do consumo interno, bancos brasileiros robustos e adoção de práticas anticíclicas pelo governo. Lula defendeu reformas estruturais no sistema financeiro internacional para evitar episódios que acabaram na crise mundial há dois anos. "É preciso acabar com parâmetros frouxos e coibir a especulação financeira no mercado internacional de commodities", afirmou.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, destacou a importância de se promover uma aproximação entre a União Europeia e o Mercosul. "O Mercosul é um mercado com grande potencial de crescimento", afirmou, acrescentando que a forma mais barata de aumentar investimentos é através do comércio entre os países. Por isso é importante montar mercados globais abertos", ressaltou. Barroso disse que, antes da crise, as exportações europeias para o Mercosul cresciam 15%.
De acordo com o Itaramaraty, a 4a Cúpula Brasil-UE é a primeira após a entrada em vigor do Tratado de Lisboa, que instituiu o cargo de Presidente do Conselho Europeu. O evento também celebrará os 50 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre o Brasil e as Comunidades Europeias, em 1960.
Lula e as autoridades européias tratarão de temas de interesse comum da agenda internacional, como a mudança do clima; o desarmamento; a reforma das instituições financeiras internacionais; e a Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Também serão avaliados os respectivos cenários regionais e a implementação do Plano de Ação da Parceria Estratégica, adotado em dezembro de 2008. E serão discutidas as negociações para a conclusão do Acordo de Associação entre o Mercosul e a União Europeia, relançadas em maio deste ano.
Trocas entre Brasil-UE
Em paralelo à 4a Cúpula, será realizado o 4o Encontro Empresarial Brasil-União Europeia, com a participação dos Presidentes Lula, van Rompuy e Durão Barroso.
O Ministério das Relações Exteriores informou que o intercâmbio comercial entre o Brasil e a UE subiu de US$29,1 bilhões, em 2002, para US$82,6 bilhões, em 2008, um aumento de 184%.
Apesar de o fluxo de comércio haver recuado 23% em 2009, em razão dos efeitos da crise financeira internacional, as trocas entre o Brasil e a União Europeia cresceram 27% no primeiro semestre de 2010.
Em 2008, os países da UE destinaram US$21,1 bilhões ao Brasil na forma de investimentos estrangeiros diretos, o que representou 48% do total de investimentos recebidos pelo Brasil naquele ano.