Israel diz que não deixará navio com ajuda líbia chegar a Gaza
Israel não permitirá que o navio de ajuda enviado por um grupo líbio chegue à Faixa de Gaza, afirmou neste domingo o ministro do Exterior de Israel, Avigdor Lieberman. O anúncio – em tom de ameaça – aconteceu pouco mais de um mês após nove ativistas terem morrido em uma ofensiva israelense contra um comboio humanitário de missão similar.
Publicado 11/07/2010 16:22
"Eu digo de forma muito clara: nenhum navio chegará a Gaza. Nós não permitiremos que nossa soberania seja prejudicada", disse Lieberman a uma rádio, referindo-se ao bloqueio naval de Israel ao território Palestino.
O navio com bandeira moldávia Amalthea, que foi renomeado Hope ("Esperança" em inglês), deixou a Grécia no sábado (10) em direção à Faixa de Gaza, em viagem organizada por uma entidade beneficente presidida pelo reformista Saif al-Islam Gaddafi, filho do líder líbio Muammar Gaddafi.
O grupo informou que a embarcação vai levar cerca de duas mil toneladas de alimentos e remédios, em acordo com as regras internacionais. Os organizadores da missão disseram que o navio com 12 tripulantes e até 10 ativistas a bordo seguirá para Gaza, mas que irá ao porto egípcio de El-Arish se for proibido de chegar a seu destino, após uma viagem que deve durar entre 70 e 80 horas.
"Eu espero que o bom senso prevaleça e que o navio vá a El-Arish, ou que ele (o navio) obedeça as Forças de Defesa de Israel e, no fim, vá a Ashdod (porto israelense)", disse Lieberman.
Flotilha da Liberdade
O bloqueio de Israel à Faixa de Gaza tem sido criticado internacionalmente desde o ataque militar do país a um comboio humanitário em 31 de maio, matando nove ativistas turcos pró-Palestina.
Israel alega que as tropas enviadas agiram em defesa própria após tripulantes terem as atacado com varas de metal e facas.
A Organização das Nações Unidas diz que o bloqueio gerou uma crise humanitária para os 1,5 milhões de habitantes que vivem em Gaza. Cerca de um milhão de palestinos dependem de fornecimentos regulares da ONU e de ajuda internacional trazida por via terrestre após a inspeção israelense.
Após a invasão do navio em maio, fato que causou indignação mundial, Israel anunciou medidas para aliviar o bloqueio e abriu um inquérito sobre o incidente.
Com informações Reuters