Má companhia: Blair vai assessorar novo governo da Colômbia
Além de ser herdeiro político de Álvaro Uribe, o presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, decidiu se cercar também do ex-primeiro-ministro britânico, Tony Blair. O inglês enviará uma equipe de assessores à Colômbia para “aconselhar” o novo governo em matéria de política externa e “ajudar a tornar mais efetivo o papel do governo de terceira via prometido”, disse o futuro governante.
Publicado 02/07/2010 14:39
“Agora que a Colômbia solucionou problemas como o narcotráfico, a guerrilha e o paramilitarismo, podemos adotar uma postura muito mais pró-ativa em matéria internacional (…) A experiência de ex-mandatários, como Tony Blair, nos pode ser de muita utilidade”, declarou, dando como encerrados problemas ainda muito presentes no cotidiano de seu país.
O novo chefe de estado da Colômbia, que viveu dez anos no Reino Unido, receberá o poder no próximo dia 7 de agosto. Ele comentou que mantém uma amizade antiga com Blair e que ambos compartilham da ideologia da “terceira via”, depois de se reunir com ex-chefe do Governo trabalhista entre 1997 e 2007, durante uma visita particular ao Reino Unido.
"Ele e eu compartilhamos da ideologia de uma Terceira Via. Há exemplos que colocou em prática, duante seus dez anos no governo, que, para nós, podem ser muito úteis para tornar mais efetivo o papel do governo, controlando melhor a gestão do gabinete do presidente", explicou o encontro com Blair, que colaborou em seu livro "A Terceira Via: uma alternativa para a Colômbia", publicado em 1999.
"Depois da crise econômica de 2008, a Terceira Via está mais viva do que nunca", afirmou Santos, que também se reunirá na segunda-feira com o atual primeiro-ministro britânico, David Cameron, para buscar maneiras de melhorar as relações entre os dois países. Santos assinalou que o conceito que deseja aplicar em seu governo é “o mercado até onde for possível, o Estados até onde for necessário”.
Tony Blair foi um dos impulsionadores, na Grã Bretanha, da teoria da terciera via, sobre a qual se baseou o ressurgimento do Partido Trabalhista e sua vitória eleitoral de 1997. Dez anos depois, decidiu sair do poder, em meio a pressões, ocasionadas pelas denúncias de corrupção envolvendo seu partido e por causa das mortes de soldados britânicos na invasão do Afeganistão, em aliança com os Estados Unidos.
Já Juan Manuel Santos foi ministro de Defesa da Colômbia, quando veio à tona o escândalo dos chamados “falsos positivos” e aconteceu a incursão ilegal em território equatoriano, durante o governo Uribe.
Com Telesur