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Equador não reatará com Colômbia caso espionagem se confirme

O presidente do Equador, Rafael Correa, disse nesta terça-feira (29) que caso se comprove a denúncia de que o DAS (Departamento Administrativo de Segurança da Colômbia) tenha espionado integrantes do governo equatoriano, incluindo o próprio presidente, as relações entre os dois países não serão retomadas.

“Se a denúncia for verídica teremos que voltar a romper relações com a Colômbia”, advertiu Correa em entrevista à agência de notícias equatoriana Agência Andes. Para ele, a confirmação da denúncia será um “importante obstáculo” para o restabelecimento das relações bilaterais entre o Equador e a Colômbia, o que será ainda mais grave caso as investigações comprovem o envolvimento do presidente colombiano, Álvaro Uribe, e seu sucessor Juan Manuel Santos. “Isso é extremamente grave, gravíssimo”, acrescentou.

Já o ministro de Segurança Interna e Externa equatoriano, Miguel Carvajal, considerou a acusação como “muito grave” e garantiu que se de fato a espionagem tiver acontecido devidas providencias serão tomadas pelo governo do país.

De acordo com o jornal equatoriano El Universo, agentes do DAS teriam grampeado telefonemas do escritório de Correa e de pessoas próximas ao mandatário logo após a incursão militar colombiana no Equador contra um acampamento das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, ofensiva que provocou a ruptura de relações diplomáticas entre os dois países, situação que se mantém até hoje.

As informações, dadas por uma fonte não identificada supostamente pertencente ao DAS, acrescentam ainda que a operação de espionagem, denominada Salomón, teria sido realizada de uma "plataforma móvel" em vários apartamentos do centro e norte de Quito.

Além disso, ainda segundo o jornal, o plano Salomón seria parte de uma ação continental que englobaria também Venezuela e Cuba, sob os nomes de Falcón e Fénix, respectivamente.

O DAS, entidade sujeita à presidência da Colômbia, por sua vez, negou as acusações na última segunda-feira (28/6) e afirmou que "não realizou nenhuma atividade irregular de inteligência em território equatoriano".

Em comunicado, a organização alegou que as acusações são frutos de más intenções de “pessoas que tentam confundir os meios de comunicação e à opinião pública com informações desencontradas, a fim de embaçar o caminho da melhora das relações entre os dois países”.

Investigações

Após as declarações do DAS, Rafael Correa disse que seu governo trabalhará inicialmente com a versão dada pela entidade e pela administração de Uribe, que classificou a denuncia como “inválida”. Entretanto, o presidente equatoriano informou que o órgão de Fiscalização Geral do Estado fará investigações paralelas as efetuadas pelos departamentos de Segurança e Inteligência do país.

O chanceler da Colômbia, Jaime Bermúdez, confirmou que seu governo recebeu um pedido do Equador para averiguar uma "informação particular", mas disse que a resposta já foi dada diretamente ao governo do Equador.

"A posição da chancelaria e do governo da Colômbia foi clara desde o primeiro momento em que os presidentes aceitaram negociar", ou seja, "continuaremos avançando e vendo como normalizamos as relações com o Equador a despeito da suposta espionagem", completou.

Fonte: Opera Mundi