"Toma lá, dá cá" marca negociações entre Rússia e EUA
Os participantes das negociações russo-estadunidenses na cúpula realizada nesta quinta-feira (24) em Washington deram mostras de uma aproximação das duas partes, informou uma fonte da delegação russa à mídia presente ao evento.
Publicado 25/06/2010 02:20
"Durante a reunião dos presidentes da Rússia e dos Estados Unidos em formato ampliado foram analizados temas de cooperação econômica fundamentais", disse.
"Os chefes de estado comentaram os resultados da viagem de Dmitri Medviedev ao vale do silício (Silicon Valley) e as perspectivas do trabalho nesse âmbito. Trataram em detalhes a problemática do ingresso da Rússia na Organização Mundial do Comércio", assinalou.
A Rússia deseja ingressar na OMC desde 1993, sendo que o procedimento de ingresso ordinário leva de cinco a sete anos. Ao conceder uma entrevista para o Wall Street Journal na véspera da sua viagem aos EUA, Medviédev declarou que a parte estadunidense prometeu seu apoio à Rússia nessa questão.
"Não quero antecipar nada, mas na opinião dos participantes das negociações, nas posições das partes se observa uma aproximação sem precedentes", disse a fonte.
Em troca da "facilitação" de Washington ao ingresso de Moscou à Organização Mundial do Comércio (OMC) ainda neste ano, os EUA prometeram injetar investimentos americanos no mercado empresarial russo.
O primeiro gesto de aproximação foi feito com a assinatura do novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Start), em abril. Uma das contrapartidas de Moscou foi adiantada no mês passado, com o voto favorável às sanções do Conselho de Segurança contra o Irã e a suspensão do contrato de venda de mísseis S-300 a Teerã.
À imprensa, Medviédev assegurou a adoção das sanções contra o Irã, um dos principais sócios parceiros comerciais da Rússia. Mas ponderou que a resolução terá de ser submetida à Duma, o parlamento local.
Medviédev esteve em Washington a caminho das reuniões de cúpula do G8 (as sete economias mais industrializadas e a Rússia) e do G20 (os desenvolvidos e os "emergentes").
Da redação, com agências