Câmara de Vereadores discute mortalidade materna em Salvador
Discutir as causas e meios para reduzir a mortalidade materna na cidade. Este é o objetivo da audiência que acontece nesta quinta-feira (17/6), às 15h, no Centro Cultural da Câmara de Vereadores, na Praça Municipal. O evento está sendo organizado pelas comissões de Saúde, Planejamento Familiar e Seguridade Social e da Defesa dos Direitos da Mulher.
Publicado 16/06/2010 16:32 | Editado 04/03/2020 16:20
A morte materna é um problema sério, sendo uma das dez principais causas de morte entre mulheres de 10 a 49 anos no Brasil. Na Bahia, de cada 100 mil mulheres grávidas, 113 morrem durante a gestação ou até um ano após o parto. De acordo com dados da Secretária Estadual de Saúde (Sesab), de mais de 80% dos óbitos maternos são evitáveis, desde que sejam tomadas precauções como o acompanhamento pré-natal. Mais de 13% das mortes são causadas por eclampsia (síndrome que leva a morte por hipertensão). Outros 11% são motivados por abortos e 11% por descolamento prévio de placenta.
Salvador é um dos municípios do país com maior índice de mortalidade materna, com a taxa de 42/100 mil nascidos vivos, muito acima do estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 10 óbitos por cada 100 mil gestantes. Algumas áreas da cidade, como o Subúrbio Ferroviário e Cabula/Beiru apresentam taxas alarmantes. (Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS), 2007).
Essas mortes mostram o retrato da exclusão social de uma parte importante da população feminina – morrem as mais pobres, mais jovens, de menor escolarização e menor renda, usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS). As mulheres negras morrem, em média, três vezes mais que as brancas.
De Salvador,
Eliane Costa