EUA reiteram apoio à Colômbia
A poucos dias do segundo turno das eleições presidenciais da Colômbia, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, visitou Bogotá, reuniu-se com os candidatos e firmou novos acordos de cooperação com o mandatário Alvaro Uribe. Economia, bases militares, direitos humanos, sindicalismo e cultura foram os temas tratados nas conversas de Hillary, em sua primeira visita ao país.
Publicado 10/06/2010 16:04
No começo desta quarta-feira (09), a secretária teve um encontro com o ex-ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, candidato governista que ganhou no primeiro round das eleições e que, segundo as pesquisas, é o favorito para vencer o pleito do próximo dia 20.
Santos disse que se tratou de um encontro "frutífero". Sobre a presença de militares norte-americanas em bases colombianas, "acordamos que isso foi uma tempestade num copo d´água", disse o candidatos à imprensa, reconhecendo que "cometeram um erro ao não serem abertos e transparentes desde o princípio, em publicar esse acordo que nada tem de mau" .
Sem referir-se a um país em particular, Santos disse que o acordo nada tem que possa ser interpretado como "um perigo para uma terceira nação". A Venezuela disse, em reiteradas ocasiões, que a presença militar estadunidense na Colômbia é uma ameaça para o país. Porém, as relações com esta nação vizinha não foram tema da agenda de Clinton, que explicou ao candidato governista que não é por falta de vontade do governo de barack Obama que o tratado de livre comércio não está aprovado. "É um tema legislativo", explicou.
A emissária da Casa Branca se reuniu com Antanas Mockus, o outro presidenciável pelo Partido Verde. O candidato expôs os principais pontos de seu programa de governo, reiterando que a "ilegalidade é o grande obstáculo que enfrenta hoje a Colômbia para o seu desenvolvimento". Segundo a assessoria de imprensa de Mockus, a secretária "se declarou impressionada pela ênfase da campanha, pois considera que a mudança cultural e social é o grande desafio que tem não só a Colômbia, mas a América Latina".
Em seu diálogo com Clinton, Mockus tratou o tema de proteção a sindicalistas, uma das pedras no sapato do atual governo para conseguir a aprovação do TLC por parte do congresso norte-americano. "A Lei permite na Colômbia os sindicatos, mas há espaços culturais e sociais onde se odeia o sindicalista ou pelo menos se tem pavor ou temor, e isso é incompreensível", disse Mockus. Quanto ao narcotráfico, coincidiram que o importante é "combater o pecado e não o pecador".
Em um almoço em sua homenagem, numa Casa de Nariño tão favorável às posturas dos EUA, Clinton dialogou com o chanceler colombiano, Jaime Bermúdez, e o presidente Uribe acerca do terrorismo, a luta contra o narcotráfico e a democracia na região. Com Bermúdez, e Uribe como observador, a secretária firmou um acordo que busca fortalecer a assistência à Colômbia nas áreas de cooperação e inovação cinetífica, técnica e tecnológica.
Hillary exaltou o trabalho do governo Uribe, principal aliado dos EUA na região. Este respondeu com afagos para seu esposo, Bill Clinton, que também esteve ontem em Bogotá, e agradeceu à secretária e à administração Obama "por sua cooperação com a Colômbia". Ao recebê-los, Uribe lhes apresentou um grupo de ex-guerrilheiros e ex-paramilitares com os quais estava reunido antes do encontro. O grupo desmobilizado disse a Clinton porque abandonaram a guerra e como puderam "iniciar uma nova vida de mão dadas com a legalidade e aceitos pela socoedade", segundo Bogotá.
Enquanto isso, a balança de apoios para as eleições presidenciais inclinou-se a favor de Santos. O candidato da Mudança Radical, Germán Vargas Lheras, somou-se à campanha do governista, que agora convida até mesmo o seu opositor, Mockus, a participar de seu "governo de unidade nacional".
Com Página 12