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Trabalhadores espanhóis em greve contra cortes de salários

Os trabalhadores do setor público espanhol iniciaram nesta terça-feira (8) uma greve de 24 horas contra os cortes salariais e sociais decretados pelo governo, que deseja reduzir seu o déficit fiscal do país e tranqüilizar aos mercados a custo do salário dos trabalhadores.

A medida foi convocada pela Comissões Operárias (CC.OO.) e União Geral de Trabalhadores (UGT), as duas maiores centrais sindicais do país, que chamaram a seus mais de 2,5 milhões de associados a protestar contra os cortes.

Segundo observadores políticos, a paralisação de pode ser o prelúdio de uma greve geral em toda a Espanha, caso o governo de José Luis Rodríguez Zapatero opte por impor uma reforma trabalhista lesiva para os trabalhadores.

Zapatero anunciou na semana passada que a "reforma", feita a pedidos do Fundo Monetário Internacional (FMI), será aprovada pelo seu governo em 16 de junho, mesmo que não haja um acordo entre sindicatos e empresas.

Uma mudança proposta pelo FMI defende o estabelecimento de um novo tipo de contrato, com indenização por demissão menor, sob o pretexto de "fomentar o emprego", num momento em que o desemprego supera 4,6 milhões de pessoas.

Concretamente, os funcionários do Estado reprovarão o plano de austeridade aprovado no em 20 de maio pelo governo, que corta os salários do funcionalismo em 5,5%, a partir deste mês, e o congelamento dos salários a partir de 2011.

Além do corte de salários do setor, o plano, batizado pelos espanhóis como "tesourada", estabelece um congelamento das pensões e aposentadorias a partir de 20110, com raras exceções.

Essa última disposição é considerada a mais impopular e foi duramente criticada pelos sindicatos e por quase toda oposição ao governo social-democrata do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).

Com este plano de austeridade, o PSOE pretende reduzir déficit público de 11,2% em 2009 para 3% do Produto Interno Bruto de 2013, como exige o pacto de estabilidade e crescimento da União Européia (UE). Tanto para a central CC.OO. como para a UGT, a iniciativa do Palácio da Moncloa é injusta, desequilibrada e antieconômica.

Ambas as centrais anunciaram que a jornada de greve será acompanhada de concentrações em numerosas cidades espanholas, com duas grandes manifestações em Madri.

O sindicalismo espanhol acusou os países governados pela direita na UE de impedir o progresso de uma regulação do sistema financeiro, ao correr para salvá-lo e abandonar a sociedade à sua própria sorte.

Com informações da Prensa Latina