Movimentos sociais iniciam movimento em defesa da Reman
Manaus está em campanha pela manutenção e modernização da Refinaria de Manaus (Reman). A deflagração do movimento foi desencadeada ontem (8), na sede do Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro/AM). Parlamentares e representantes de diversas entidades dos movimentos sociais participaram da reunião-plenária, que convocou um grande ato político para o próximo dia 14.
Publicado 08/06/2010 18:23 | Editado 04/03/2020 16:12

De acordo com o estudo apresentado por um membro da categoria, está em risco a perda de R$ 1,4 bilhões de arrecadação a título de ICMS, a transferência de 300 empregos diretos e a perda de milhares de outros terceirizados e indiretos.
De acordo com o dirigente da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Aldemir Caetano, “não se trata de uma luta corporativista. Do contrário, o sindicato sozinho daria conta. Mas sim de uma luta de toda a sociedade”, disse. “Imaginem o quanto de escolas, postos de saúde e vários outros benefícios deixam de ser adquiridos com a perda desse montante de recursos”, avaliou.
Impacto para a região amazônica
O não-investimento na Reman está condicionado ao aumento de investimentos em refinarias de outras regiões do país. Segundo Caetano, passa haver um disparate da desigualdade inter-regional no Brasil, uma vez que a Petrobrás busca equilibrar os investimentos entre as regiões sul, sudeste e nordeste, “mas amplia o desequilíbrio no norte do país”.
O dirigente da FUP afirmou que os impactos disso atingem toda a área de abrangência da Reman, que hoje atende todos os estados do norte do país e mais alguns países que fazem fronteira com o Amazonas.
A falta de prioridade a Amazônia foi problematizada pelos presentes, uma vez que há um discurso generalizado em todo país sobre o caráter estratégico da região para o Brasil.
Modernização x Terminal de distribuição
Ano passado, o Sindepetro/AM e a FUP realizaram uma grande agenda institucional para garantir a entrada da Reman no plano de ações da Petrobrás. Os petroleiros conseguiram envolver o então governador do Amazonas Eduardo Braga e este teve a garantia do Planalto de que isso seria viabilizado.
Ontem, no entanto, o resultado divulgado pela empresa não contemplou a obra.
Segundo os petroleiros, o valor previsto para a modernização da refinaria corresponde a apenas 0,8% dos recursos da Petrobrás destinados a investimentos. A obra, inclusive, enquadra a Reman nas normas da diminuição do uso do enxofre, cuja implementação será
obrigatória a partir de 2013.
Internamente, a direção da Petrobrás aponta para outro rumo. A idéia é transformar esse empreendimento num singelo terminal.
Lula e Dilma já têm conhecimento da causa
A presidenciável Dilma Roussef esteve presente na Plenária da FUP, realizada no início do mês, ocasião em que a entidade nacional a entregou um documento no qual buscava-se solução para o problema.
Durante as movimentações do ano passado, os petroleiros conseguiram a mesma coisa com o presidente Lula. No próximo dia 16, Lula deve vir ao Amazonas e nova tentativa deve ser buscada. Dessa vez, por todas as organizações que incorporaram a luta.
Vários segmentos sociais já abraçaram a causa
A plenária realizada na sede do Sindipetro/AM reuniu diversas entidades representativas de vários segmentos sociais.
Além dos petroleiros, sindicalistas vigilantes, professores, metalúrgicos, jornalistas, da construção civil, estivadores, trabalhadores ambulantes, da polícia civil e dirigentes da CTB estavam presentes. Dirigentes da UJS, UEE-AM e UESAM, por parte da juventude e dos estudantes, também compareceram à atividade.
Assim como o deputado estadual Eron Bezerra (PCdoB), o deputado federal Francisco Praciano e o vereador José Ricardo, ambos do PT.
Todos saíram com o compromisso de iniciarem mobilizações em suas respectivas áreas de atuação para construir um grande ato político na próxima segunda-feira.
De Manaus,
Anderson Bahia