Maioria dos moradores de rua trabalha
Censo encomendado pela prefeitura mostra também que sem-teto de SP recebem, em média, R$ 19,30 por dia. Menos de 30% dizem pedir esmolas; de acordo com a pesquisa, 66,7% afirmam já ter sofrido violência.
Publicado 01/06/2010 11:00 | Editado 04/03/2020 17:18
A maioria dos moradores de rua de São Paulo trabalha, ganha em média R$ 19,30 por dia e gasta com comida, bebida, cigarro ou droga.
A pesquisa, feita pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) por encomenda da prefeitura, mostra que 66,9% dos moradores de rua da cidade ganham seu dinheiro trabalhando.
As principais atividades são coleta de materiais recicláveis (latas e papelão, por exemplo), carga e descarga, além das funções de flanelinha e guardador de carros.
A impressão de que morador de rua vive só de esmola não se confirma na pesquisa. Apenas 14% dizem depender exclusivamente de esmolas e 15,2% trabalham e pedem esmolas.
Outros 3,9% declararam que não fazem nada.
A pesquisa apontou que são 13.666 moradores em "situação de rua" na cidade -que dormem em albergues ou nas ruas mesmo-, 4.960 mais que em 2000, quando foi feito o censo anterior.
Violência
Outro dado significativo é sobre violência nas ruas: 66,7% disseram já ter sofrido algum tipo de violência, sendo que 27,9% apontam policiais como agressores; 4,5% apontam comerciantes.
Segundo a Fipe, 37% admitem que usam álcool, 9,7% dizem usar apenas drogas e 27,7% afirmaram que usam álcool e drogas.
O uso de drogas nas ruas é um dos fatores, segundo especialistas, que fazem aumentar o número de jovens nessa situação. Desde 2000, o percentual de jovens (18 a 30 anos) nas ruas pulou de 18,2% para 25,9%.
Os distritos com mais moradores de rua são os centrais República e Sé. A prefeitura diz que isso ocorre por causa da cracolândia. Mas o maior número de albergues está na Mooca e em Santa Cecília.
Fonte: Folha de S.Paulo