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China suspeita que ataque a corveta sul-coreana seja falso

Fontes de inteligência da Wayne Madsen Report na Ásia suspeitam de que o ataque contra a corveta anti-submarinos da Marinha sul-coreana, Cheonan, em março, foi uma operação falsa, para que o ataque parecesse proveniente da Coreia do Norte.

Por Wayne Madsen, para o Wayne Madsen Report*

Um dos principais propósitos para o aumento das tensões na Península Coreana era aplicar pressão sobre o premiê japonês Yukio Hatoyama, para que mudasse a política de retirada da ilha de Okinawa da base da Marinha dos Estados Unidos. Hatoyama admitiu que as tensões pelo afundamento da Cheonan tiveram grande influência em sua decisão de permitir que os Marines dos Estados Unidos permaneçam em Okinawa. A decisão de Hatoyama acabou cindindo a coalizão governante, um fato apreciado por Washington, com a saída do Partido Social Democrata, de Mizuho Fukushima, da coalizão após a mudança de atitude em relação a Okinawa.

A Cheonan foi afundada próximo da ilha de Baengnyeong, um lugar no extremo ocidental da costa sul-coreana, em frente à costa norte-coreana. A ilha está altamente militarizada e dentro do alcance do fogo de artilharia das defesas costeiras norte-coreanas, que estão do outro lado de um estreito canal.

A Cheonan, uma corveta de guerra anti-submarina, era provida de sonar de tecnologia de ponta e, além disso, operava em águas vigiadas por amplos sistemas de sonares e de sensores acústicos submarinos. Não existe evidência sul-coreana de sonar ou de áudio de um torpedo, submarino ou mini-submarino na área. Já que não há quase nenhuma navegação no canal, o mar estava silencioso no momento do naufrágio.

Entretanto, a ilha de Baengnyeong tem em seu território uma base de inteligência militar americana-sul-coreana e das Forças Especiais da Marinha dos Estados Unidos (SEALS), que operam a partir desta base. Além disso, havia quatro barcos da Marinha dos EUA no setor, parte do exercício de guerra Foal / Eagle, entre os EUA e a Coreia do Sul, durante o naufrágio da Cheonan.

Uma investigação das evidências metálicas e químicas do torpedo suspeito mostra que é de produção alemã. Existem suspeitas de que os SEALS da marinha estadunidense mantenham uma reserva de torpedos europeus na base para serem utilizados em ataques de bandeira falsa.

Além de tudo, Berlim não vende torpedos à Coreia do Norte. Entretanto, a Alemanha mantém um programa de estreita colaboração no desenvolvimento conjunto de submarinos e armas submarinas com Israel.

A presença do USNS Salvor, um dos participantes da Foal Eagle, tão próximo da ilha de Baengnyeong durante o naufrágio da corveta sul-coreana também suscita perguntas.

O Salvor, um barco civil de salvamento da Marinha dos EUA, que participou nas atividades de instalação de minas pelos marines tailandeses no Golfo da Tailândia, em 2006, estava presente na região no momento da explosão que provocou o naufrágio da corveta, com uma equipe de 12 mergulhadores de águas profundas.

Pequim, satisfeita com a afirmação de inocência de Kim Jong-il, da Coreia do Norte, depois de uma viagem urgente no trem que vai de Pyongyang a Pequim, suspeita do papel da marinha estadunidense no afundamento da Cheonan, com uma suspeita particular no papel realizado pelo Salvor. As suspeitas são as seguintes:

  1. O Salvor participava de uma operação de instalação de minas no leito marítimo; em outras palavras, colocava minas antisubmarinos disparadas horizontalmente no fundo do mar.
  2. O Salvor estava realizando uma inspeção rotineira e a manutenção de minas no leito marítimo, colocando-as em um modo eletrônico ativo (disparado por um sensível gatilho) como parte do programa de inspeção.
  3. Um mergulhador da SEALS colocou uma mina magnética na Cheonan, como parte de um programa clandestino com a intenção de influenciar a opinião pública na Coreia do Sul, Japão e China.
     

As tensões na Península Coreana eclipsaram convenientemente todos os demais pontos
da agenda nas visitas da secretária de Estado dos EUA Hillary Clinton a Pequim e Seul.

*Wayne Madsen é um jornalista investigativo que trabalha em Washington. É editor e redator do Wayne Madsen Report, uma agência de notícias americana.

Fonte: Global Research e Rebelión