É possível um novo caminho para o RS, diz dirigente estadual
Dirigentes e pré-candidatos do PCdoB RS estiveram reunidos neste final de semana para debater a estratégia eleitoral dos comunistas e afinar as próximas ações do partido. Pela primeira vez o PCdoB RS deve apresentar-se com chapas numerosas para a Câmara Federal e Assembleia Legislativa.
Publicado 31/05/2010 14:13 | Editado 04/03/2020 17:11
O presidente estadual do partido, Adalberto Frasson, destacou o principal fato político no Estado nestes últimos dias que foi a construção da aliança entre PSB, PCdoB e PT com Tarso Genro para o Piratini: "a forma como se deu essa construção, com uma visão ampla, revela que há grande potencial para que possamos fazer um grande debate na sociedade e com as forças políticas, e unir o nosso Estado. É possível construir um novo caminho para o RS, e superar o atraso em que está com este governo tucano." Frasson ainda salientou que este novo projeto para o Rio Grande necessita sintonizar o Estado com o Brasil, para que o Rio Grande acompanhe as mudanças que estão em curso no país. "Temos que garantir a continuidade deste projeto vitorioso que iniciou com Lula, por isso devemos garantir a eleição de Dilma Rousseff, evitar o retrocesso e continuar aprofundando as mudanças no Brasil", disse.
Muitos dirigentes apontaram o êxito na condução política que teve o PCdoB à frente e que possibilitou a construção da aliança no RS. Para os comunistas, PSB e PCdoB saíram fortalecidos do processo e agregaram esse protagonismo à pré-candidatura do PT, que ficou melhor posicionada no cenário. Mesmo quanto à denominação da coligação, os partidos demonstraram visão atualizada frente aos novos desafios da esquerda no RS: ficou decidido que não será utilizado o nome "Frente Popular", por ser considerado um símbolo do passado. A tendência é que o nome da coligação seja "Frente Ampla", que demarca esse novo posicionamento.
A deputada Manuela fez questão de assinalar que o partido chegou nessa eleição em um novo momento, mais preparado e com maior projeção na sociedade gaúcha, o que aumenta a responsabilidade na condução deste processo.
Estratégia ousada
Ousadia: essa será a marca do projeto do PCdoB no Estado. O partido vai perseguir a ampliação da sua bancada seja na Câmara Federal, seja no parlamento gaúcho. Para isso, a sigla apresentará, pela primeira vez no RS, nominatas numerosas para a disputa proporcional. Serão 15 candidaturas para deputado federal e 35 para estadual.
Frasson procurou evidenciar o otimismo que o partido vem demonstrando no RS frente aos desafios eleitorais. Ele situou como centro da estratégia eleger dois deputados federais: garantir a reeleição de Manuela dÁvila, com uma grande votação e buscar a eleição de Assis Melo, que é vereador em Caxias do Sul e presidente do sindicato dos Metalúrgicos. Na disputa pela ampliação da bancada do partido na Assembleia Legislativa, o PCdoB trabalha a partir de duas lideranças destacadas: o deputado estadual Raul Carrion, cuja reeleição é prioridade e a ex-deputada Jussara Cony, que luta pelo retorno ao parlamento gaúcho. Nas duas chapas aparecem diversas lideranças em condições de buscar a eleição e outras que podem garantir grande projeção em suas regiões e segmentos eleitorais.
Mobilização
A secretária de Organização do CE RS, Cora Chiapetta, chamou a atenção para o empenho de mobilização do partido nessa fase da "pré-campanha", já que se trata de momento importante na preparação do partido e apoiadores.
Segundo ela, algumas tarefas estão muito presentes na ordem do dia: desde a preparação e mobilização para as convenções municipais e a convenção estadual – marcada para o dia 13 de junho – até a organização das candidaturas, busca de apoiadores e de sustentação das campanhas.
Senado
Caberá ao PCdoB a indicação da segunda vaga para o Senado da coligação. A primeira já está definida pela reeleição do senador Paulo Paim (PT).
Os dirigentes comunistas reiteraram a importância estratégica dessa candidatura, que pode dar grande contribuição ao projeto eleitoral da coligação. Até o momento, a direção do PCdoB está avaliando qual a liderança que deverá ser apresentada aos partidos aliados, o que deverá ocorrer nos próximos dias.
Kit eleitoral
A secretaria de Comunicação do PCdoB RS apresentou o Plano de Comunicação do partido para a eleição. O objetivo será o de garantir excelência de qualidade na criação e produção das peças de campanha das candidaturas, procurando garantir a centralidade do projeto, unidade de comunicação e elevação na percepção de imagem do partido na sociedade, com base no seu posicionamento, lideranças, propostas e presença na vida política do RS.
Para isso será contratada uma agência especializada em Marketing Político que ficará responsável pela produção das peças de campanha dos candidatos e produção dos programas de TV e rádio da sigla, que serão produzidos em estrutura própria, independente da estrutura que produzirá para a majoritária. A campanha na internet será tratada com especial atenção, tendo em vista o crescente protagonismo deste instrumento.
De Porto Alegre,
Clomar Porto