Messias Pontes – E agora, Datafolha? (II)

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As últimas pesquisas de intenção de voto para presidente da República, divulgadas pelo Vox Populi e pelo Sensus desmascararam o emplumado Datafolha, já que a última consulta divulgada pelo instituto da famíglia Frias, no último sábado, pôs por terra, definitivamente, o resquício de credibilidade que restou deste instituto. A emenda saiu pior que o soneto, e até as pedras de Cococi perceberam que a pesquisa divulgada no mês passado pelo Datafolha realmente foi vergonhosamente manipulada.

Esta última pesquisa dando empate de 37% de intenção de voto tanto para Dilma Rousseff, candidato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como para o candidato do Coisa Ruim, José Serra, também foi manipulada, pois a candidata petista está à frente do candidato demotucano. O próprio Datafolha constatou, na pesquisa espontânea, que Dilma está muito à frente do seu candidato.

Dissemos aqui e voltamos a afirmar que aquela manipulação teve o propósito de forçar José Serra a desistir da candidatura à reeleição ao governo de São Paulo e anunciar a sua desincompatibilização para concorrer à sucessão do presidente Lula. Serra vinha resistindo entrar na disputa presidencial apesar dos editoriais da grande mídia conservadora, venal e golpista e dos seus colonistas. A pressão da direita para que o seu candidato preferido deixasse o governo paulista não tem paralelo na história republicana. Só a manipulação da pesquisa o induziu a tomar tal decisão.

Na casa do sem jeito, o Datafolha agora aproxima os números da realidade. Vamos esperar o resultado da próxima pesquisa do também emplumado Ibope, cujo presidente, Carlos Augusto Montenegro, afirmou ainda no ano passado que Serra ganharia a disputa logo no primeiro turno.

A explicação dos dirigentes do Datafolha para a subida de Dilma é somente meio verdade, pois o programa do PT, visto por somente um terço do eleitorado, não foi o suficiente para uma subida tão significativa da candidata situacionista e a queda quase no mesmo percentual do candidato da direita conservadora.

Com a economia bombando – o PIB em março subiu 9,3% e os investimento alcançando 27,8%, a direita entrou em parafuso. Com a certeza da derrota do seu candidato, a Folha de São Paulo, no melhor estilo da canalha da UDN, já prepara o golpe para ganhar no tapetão. Está fazendo enquete perguntando aos seus leitores se não concordam com a cassação da candidata quem está “fazendo propaganda eleitoral antecipada?”. Cinicamente esconde que o seu candidato vem fazendo pior.

Na edição de ontem da Folha a ameaça golpista ganha corpo. Diz que “a candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff (PT) à Presidência caminha para ter problemas já no registro e, se eleita, na sua diplomação”, pelo TSE, “por abuso de poder econômico e político”.

O colonista Ricardo Noblat, um dos mais amestrados, bota mais lenha na fogueira golpista ao enfatizar que “há abusos suficientes para ameaçar o registro da candidatura Dilma, admitem dois ministros do TSE ouvidos pelo por este blog. Mas falta ao tribunal coragem para tomar qualquer medida mais drástica a esse respeito”.

As viúvas de Carlos Lacerda, no que pese o incondicional apoio da grande mídia conservadora, venal e golpista, devem atentar para o fato de que a guerra fria acabou, as Forças Armadas estão cumprindo seu papel constitucional e o Brasil de hoje é bem diferente do de quatro décadas atrás. Isto sem falar do amazônico capital político do presidente Lula, o maior em toda a História republicana, e do seu respeito internacional que levou o Brasil deixar de ser coadjuvante e passou a ser protagonista.

O que mais atormenta acanalha neo-udenista é que em 2002, apesar do terrorismo midiático, Lula foi eleito presidente porque a maioria dos brasileiros queria mudanças, já que os oito anos tucano-pefelistas representaram uma verdadeira tragédia nacional. Em 2006 uma maioria mais expressiva disse que queria Lula de novo, e agora, mais que nunca, os brasileiros querem o continuísmo, ou seja, o terceiro mandato de Lula com Dilma.

Mais que nunca, cabe a pergunta: E agora, Datafolha?

Messias Pontes é jornalista e colaborador do Vermelho/CE

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