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PC da Espanha faz manifestação diante da Bolsa de Madri

Na manhã de terça-feira (18) a direção federal do Partido Comunista da Espanha, com seu secretário-geral a liderá-la, desfraldou uma faixa às portas da Bolsa de Valores de Madri, com o lem "Especulam com nossas vidas, Enriquecem com nosso trabalho". O PCE começou assim sua campanha explicativa contra o corte de direitos sociais, e para isso elegeu a Bolsa de Madri por entender que é ali onde estão os recursos.

Comunistas espanhóis diante da Bolsa

"Queremos explicar aos cidadãos que há outra forma de fazer política. Nenhuma das medidas que o governo defende vai gerar empregos", argumentou José Luis Centella, secretário-geral do PCE, sentenciando que este governo está sendo duro com os fracos e débil com os ricos.

O PCE sempre defendeu que os trabalhadores não têm de pagar a crise, que deve ser assumida por aqueles que a criaram, "porque aqui não aconteceu nenhum terremoto, nenhuma catástrofe e, sim, há responsáveis pela crise".

O PCE fez as contas e calcula que o governo poderá cortar 15,8 bilhões de euros sem afetar os investimentos sociais. Se o governo quisesse obter recursos, poderia fazer isso facilmente daqueles que têm recursos. Só no imposto de patrimônio, em 2009, deixaram de arrecadar 2,2 bilhões de euros. Não arrecadaram 5 bilhões de euros da economia informal, poderiam ter arrecadado 2,5 bilhões com o aumento de 43% para 50% da faixa mais alta do Imposto de Renda, mais 3,5 bilhões em medidas sobre benefícios, 600 milhões de euros com a retirada das tropas do Afeganistão e 2 bilhões a mais com a redução de donativos à Igreja Católica e à Casa Real.

No entanto, Zapatero não defende essas economias. "Está traindo seu discurso e o resultado é que aqueles que não sofrerão com a crise são os que estão especulando na Bolsa, os bancos e as grandes empreas, que continuam recebendo benefícios caudalosos. Também não sofrerão os detentores de grandes fortunas, que continuam sem pagar impostos sobre seu patrimônio, os fraudadores e os que recebem salários altíssimos", explicou Centella.

O secretário-geral criticou o governo por ter iniciado no fim de semana uma campanha para enfrentar os trabalhadores e os desempregados. Não se pode definir os funcionários como "privilegiados". O governo continua sem explicar como foi criada a crise, onde foi parar a mudança de modelo, como e onde vai se criar novos empregos, etc.

O Partido Comunista afirma que há outra forma de fazer política, outras alternativas, como foi demonstrado na Cúpula dos Povos, em que alguns governos da América Latina trabalham em uma alternativa real. O secretário-geral do PCE conclamou a esquerda, social e política, a se unir, afirmando que cabe à coalizão Esquerda Unida a tomada da iniciativa e que a Refundação da Esquerda Unida é um bom marco para concretizar uma alternativa.

Centella também pediu que a televisão pública ceda o direito de acesso ao meio ao PCE, para que este explique as propostas do partido à população.

Fonte: Solidnet