São Paulo: Renato Rabelo palestra para condutores classistas
Mais de 100 condutores classistas participaram da palestra proferida pelo presidente nacional do Partido Comunista do Brasil, Renato Rabelo, na última sexta-feira, 14, na sede própria do partido. A atividade compõe o processo de formação de antigos e novos filiados que ingressaram no PCdoB em 2009 durante o processo de realização do 12º Congresso.
Publicado 18/05/2010 12:54
Na ocasião, vários diretores e militantes do Sindicato dos Motoristas de São Paulo, como os diretores executivos da entidade Edivaldo Santiago da Silva, Valdemir dos Santos Soares e Edileusa Alves Ferreira – responsável pelo trabalho de emancipação das condutoras –, se filiaram ao partido.
Devido à posição estratégica da categoria na condução da classe trabalhadora na cidade de São Paulo, o evento atraiu as presenças do presidente e do secretário de organização do Comitê Municipal do partido, Wander Geraldo e Edmundo Fontes, respectivamente; os membros do Comitê Central Marcelo Cardia e Pedro de Oliveira; além dos dirigentes dos Comitês Distritais de São Miguel e Sapopemba, Neleu Alves e José Carlos Tiziu, incumbidos de colaborar com a formação de novos quadros na categoria.
Renato Rabelo destacou as três inseparáveis e imprescindíveis frentes de lutas na acumulação de forças e no alargamento da via de transição do capitalismo para o socialismo, que são: a participação efetiva nas instâncias de governo e nos parlamentos; a organização e a mobilização dos trabalhadores e do povo em geral, por intermédio dos movimentos social e sindical; e a disputa na luta das idéias, tão necessária para o combate do pensamento único, imposto pela elite burguesa, por meio dos veículos de comunicação de massa. “A alternativa ao capitalismo requer estudos, pesquisas e muita ciência”, defende o presidente do PCdoB.
De acordo com o dirigente nacional, a garantia da transição de um regime para outro passa pela criação de condições e pelo acúmulo de forças. Para tanto, o PCdoB defende a implantação do Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento (NPND) para o Brasil que, em síntese, propõe o aprofundamento das mudanças iniciadas com a vitória da Frente Nacional, Popular e Democrática, composta pelos partidos de esquerda e encabeçada pelo presidente Lula. “Em 2002, abriu-se uma nova etapa no país”, afirmou Renato. O NPND com essência antiimperialista, antilatifundiária e antioligárquica é parte integrante do Programa Socialista para o Brasil, reformulado e aprovado pelos comunistas no 12º Congresso.
Na prática, a implementação do novo projeto requer a continuidade das ações do governo Lula. “Dilma é a solução”, referiu-se Renato Rabelo sobre a disputa eleitoral em outubro próximo, que definirá o rumo do Brasil. Segundo ele, a nação pode avançar com a vitória da pré-candidata Dilma Rousseff ou retroceder com a política neoliberal defendida pela oposição conservadora, com a equipe de FHC/Serra no comando.
Nas intervenções finais, os condutores fizeram questão de aprofundar o debate acerca das seguintes pautas: a incapacidade do capitalismo “dar boa vida” para a maioria da população, devido a sua organização e sua lógica excludente, injusta e desigual; sobre a influência do declínio dos EUA e a ascensão da China na criação das condições favoráveis ao avanço do socialismo, a partir do desequilíbrio do status quo estabelecido mundialmente; o modo de se transferir renda aos trabalhadores, através da reforma tributária com uma taxação maior para quem ganha mais e menor para os assalariados, e também pela elevação de investimentos na saúde e educação; e como a mídia conservadora atua em favor das elites nas disputas política, econômica e ideológica com as forças progressistas. “A mídia já optou por Serra”, esclareceu Renato.
Após a palestra, os principais dirigentes da categoria dirigiram-se ao Sindicato dos Engenheiros para prestigiar a abertura do Seminário Mídia e Eleições 2010 e participar do lançamento do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, que engrossará as pesquisas e as lutas pela democratização dos meios de comunicação, hoje monopolizados por poucas famílias que juntas dominam toda a produção do conteúdo midiático no Brasil.
De São Paulo,
Alice Cardoso