Capistrano: MAIAKOVSKI – o poeta soviético

No dia 14 de abril, do ano em curso, completou 80 anos da morte do poeta Maiakovski. Para Stalin, Maiakovski foi o melhor e o mais talentoso poeta da época soviética. Era um verdadeiro comunista, convicto das suas ideias, um amante da liberdade e da paz, seus escritos são profundamente engajados.

maiakovski

Lênin ao fala sobre a poesia de Maiakovski disse, “li ontem uma poesia de Maiakovski. Não sou admirador do seu talento poético, embora não seja competente nesse assunto. Mas, há muito tempo não experimentava um prazer tão grande do ponto de vista político. Nesse poema ele fala das reuniões e zomba dos comunistas que se reúnem demais. Não posso julgar o aspecto poético, mas no que se refere à política, está perfeitamente correto”.

Maiakovski, nascido, na Geórgia, em 1894, viveu na idade formadora de uma personalidade, passagem da adolescência para a idade adulta, os momentos de maior efervescência revolucionária que precedera a Revolução Russa de 1917. Quando da Revolução Socialista Soviética, ele estava com 23 anos.

O jovem Maiakovski teve sua formação intelectual baseada na literatura socialista através da leitura dos textos de Marx, Engels, Kautsky e outros pensadores de esquerda da época. Para ele o marxismo era a forma correta de interpretar o mundo. Analisado dentro da visão materialista, o processo histórico das relações econômicas explicava as injustiças, a fome a desigualdade existente no mundo.

Maiakovski foi contemporâneo de Gorki, de Eisenstain e de outros intelectuais que marcaram a sua época e o sonho da Nação Soviética. Viveu intensamente a famosa revolta de Odessa, 1905, denominada por Lênin de ensaio geral da Grande Revolução de 1917, mesmo criança, com 12 anos de idade, Maiakovski, vibrou com o povo nas ruas, na defesa da liberdade, contra a tirania. Na sua autobiografia lembra que cantou, na escola, com a sua turma, a Marseillaise, o hino da Revolução Francesa e, fizeram uma greve de cinco dias, por isto o seu ginásio ficou fechado por alguns dias. Neste período, participou de todos os movimentos operários.

Estava selado o seu caminho revolucionário, lutar por justiça faz parte da sua índole. O contexto político-revolucionário transforma a sua força intelectual em um instrumento em defesa do comunismo, de um mundo livre, ele é um militante aguerrido, a sua poesia é revolucionaria, a sua crença é no homem e em um mundo novo.

Fernando Peixoto no livro Maiakovski: Vida e Obra, diz: “Maiakovski sabia que a arte é um trabalho, uma produção que precisa ter um sentido imediato, um valor social útil. Mesmo o poema precisa tornar-se um objeto de consumo para ser usado pelo povo na construção de um mundo novo”, a arte como instrumento de transformação. É dentro dessa visão que Maiakovski traça a sua vida intelectual.

É este intelectual engajado que vive a primeira década do Estado Socialista Soviético, contribuindo com o seu trabalho na construção do socialismo real, crê firmemente na justeza da sua causa e por essa causa colocou a força da sua verve artística e intelectual. A sua arma foi o verso, o texto teatral, o cinema, a sua fala, a sua presença nos embates em defesa do socialismo e da liberdade. Para ele, socialismo e democracia são irmãos inseparáveis.

Durante a guerra fria, as forças imperialistas e os falsos patriotas, a serviço dos inimigos do povo soviético, tentaram macular a história libertaria de Maiakovski, usando a sua figura, a sua poesia e, principalmente, a sua morte para denegrir a imagem do líder socialista Joseph Stalin e atacar o comunismo real. Maiakovski foi apresentado como um contestador ao sistema soviético, um inimigo de Stalin. Pura mentira.

Maiakovski suicidou-se no dia 14 de abril de 1930. É difícil analisar um suicídio, compreender este gesto extremo, mas, grandes homens o fizeram. Maiakovski viveu intensamente um triangulo amoroso que o atormentou durante muito tempo. Veronika Polonskaia, personagem central desse triangulo amoroso é o seu grande amor, trágico amor, confuso amor, com quem ele rompe poucos dias antes de suicida-se.

Após 80 anos de sua morte Maiakovski continua vivo na sua poesia, na sua utopia, na necessidade da luta por um mundo justo, de paz e liberdade. Mundo esse só possível com o socialismo, essência maior da democracia. A poesia de Maiakovski fala mais alto do que as mentiras do imperialismo. Portanto, nossa homenagem ao maior poeta da pátria soviética, Vladimir Constantinovitch Maiakovski.

Antonio Capistrano foi reitor da Uern e é filiado ao PCdoB