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Oposição ignora queixas da mídia e irá promover Serra na TV

Apesar de toda retórica e reclamações contra o programa do PT exibido no último dia 13, o PSDB e seus aliados se preparam para fazer a mesma coisa e promover o pré-candidato tucano José Serra no horário partidário gratuito em rede nacional de rádio e TV. Até junho, DEM, PPS e PSDB têm juntos direito a 30 minutos (dez cada partido) de programa partidário na TV.

Anteontem, o Tribunal Superior Eleitoral multou o PT em R$ 20 mil e Dilma em R$ 5.000, por entender que houve propaganda antecipada no programa que foi ao ar em dezembro. Agora, o TSE terá que lidar com a suposta transgressão dos próximos programas dos aliados de José Serra.

A oposição afirma que será mais cautelosa do que o PT, que incluiu no programa comparações entre os "governo Lula/ Dilma e FHC/Serra", mas a exemplo que o PSDB fez no seu último programa e também o que fez o PV de Marina Silva, quase a totalidade da propaganda partidária será dedicada a promover seu pré-candidato.

A ideia é mostrar Serra em eventos promovidos pelos partidos e explicar a aliança. "Vamos apresentá-lo como nosso candidato", escancarou o presidente do PPS, Roberto Freire.

O primeiro contra-ataque ao PT será no dia 27, no programa do DEM. "Nosso programa será conectado com o fato de estarmos às vésperas da eleição e articulado com a campanha do Serra", afirmou o presidente do partido, Rodrigo Maia (RJ).

Maia disse não ser o caso de recorrer ao TSE contra o programa petista. "O DEM não vai entrar na Justiça Eleitoral. Estamos em outro momento da campanha. É diferente da ocasião anterior quando a Dilma era ministra", afirmou o dirigente partidário, deixando claro que, neste caso, a mídia ficará esperneando sozinha em sua virulenta reação contra a chamada "campanha eleitoral antecipada".

Ontem, no ápice de sua reação histérica ao programa petista, o jornal O Estado de São Paulo chegou a sugerir que o TSE considerasse Dilma "inelegível" por causa da propaganda partidária na TV. "Previsto na lei complementar 64, esse tipo de representação pode levar à inelegibilidade do político e de quem o ajudou na prática dos atos irregulares além da cassação do registro do candidato que foi beneficiado pelo abuso de poder" escreveu o jornalão da direita paulista.

No PSDB, a avaliação é que o impacto do programa do PT nas pesquisas é inevitável. "O partido adotou o lema de que o crime compensa", disse o deputado Jutahy Magalhães (PSDB-BA), para quem a aplicação de multa é pequena em comparação com o ganho eleitoral. Seguindo esta lógica, seu partido já decidiu que adotará a mesma tática do PT e dedicará o programa de 10 minutos que vai ao ar no próximo dia 17 de junho a tecer loas ao ex-governador José Serra.

Da redação, com agências