Chávez recebe governadores oposicionistas pela primeira vez
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, convidou neste sábado (15/05) os governadores de oposição a "trabalharem" junto a seu Governo e aceitarem que o país se encaminhou, por ordem constitucional e popular, rumo ao socialismo.
Publicado 15/05/2010 14:57
O chefe de Estado deu as boas-vindas "aos governadores de oposição", que, segundo ele, não iam ao Palácio Blanco, no complexo de edifícios do Palácio de Governo, "desde 12 de abril" de 2002, em meio ao breve golpe de Estado que o derrubou por menos de 48 horas.
"Sejam bem-vindos, sem fuzis, a trabalhar", acrescentou o presidente, que chamou os governadores opositores a "se unirem" a seu Governo no combate de males nacionais como a pobreza ou as "máfias" que vendem dólares ilegalmente e "distorcem" a realidade econômica.
Paralelamente, Chávez anunciou que não irá participar da 6ª Cúpula União Europeia-América Latina e Caribe (UE-ALC), prevista para a próxima terça-feira em Madri.
“Eu, com certeza, não vou poder ir à reunião de Madri", declarou Chávez, no ato oficial de instalação do novo Conselho Federal de Governo (CFG), integrado pelos governadores e ministros do país. Ele disse que será representado na cúpula pelo chanceler Nicolás Maduro e o vice-chanceler para a América Latina e o Caribe, Francisco Arias Cárdenas.
Golpe de Estado
Chávez voltou a qualificar como uma "grande vitória" o veto de países como o Brasil, Bolívia, Venezuela e Equador à participação do presidente de Honduras, Porfirio Lobo, no encontro.
"A UE tinha o convidado (…) não se pode lavar um golpe de Estado e aceitar assim, tem que ter o cumprimento de uma série de condições", explicou o líder. Ele reiterou que Lobo chegou ao Governo de Honduras em uma eleição realizada para "lavar o golpe de Estado" perpetrado em junho contra o então presidente Manuel Zelaya.
Na Argentina, durante a reunião da União de Nações Sul-americanas (Unasul), Brasil, Bolívia, Equador e Venezuela disseram que não participariam da cúpula de Madri se Lobo fosse por considerar que seu Governo é ilegítimo.
O presidente hondurenho decidiu finalmente não ir ao encontro, abrindo caminho para a participação dos outros líderes. No entanto, Lobo estará no encontro UE-América Central realizado no dia seguinte à cúpula.
Fonte: Opera Mundi