PCdoB defende palanque único para governo de Minas
O PCdoB em Minas Gerais reiterou neste sábado (17), em reunião do seu diretório, a defesa da tese de uma candidatura única dos partidos da base aliada do presidente Lula para o governo de Minas. "A unidade da base em Minas é fundamental para a eleição de Dilma Rousseff à Presidência e também para aumentar as chances de vitória para o governo", disse a presidente estadual do partido, deputada federal Jô Moraes.
Publicado 19/04/2010 11:28 | Editado 04/03/2020 16:50
O PCdoB também decidiu que vai apresentar aos demais partidos da base a sugestão de que seja montada uma comissão para discutir os rumos da candidatura de Dilma em Minas, mesmo antes da definição da aliança entre PT e PMDB. Esta decisão responde a uma preocupação predominante de que a indefinição do candidato a governador venha a atrapalhar o andamento da candidatura à presidência.
Esta foi a segunda reunião do atual Comitê Estadual e aconteceu no Auditório da Assembleia Legislativa. Além do palanque único e da coordenação de campanha da Dilma, os comunistas vão se debruçar na produção de propostas para um futuro governo progressista em Minas. O objetivo é fazer uma análise do período neoliberal dos dois governos Aécio e debater rumos para se construir no estado um governo nos mesmos moldes do governo Lula.
Veja abaixo a íntegra da nota aprovada por unanimidade pela direção:
As principais candidaturas à presidência da República estão definidas. Nesse momento, o embate político assume um novo patamar. A base aliada do governo Lula defende a continuidade e aprofundamento desse atual projeto democrático e popular. É importante a comparação entre as experiências do período de Fernando Henrique Cardoso e do período do presidente Lula. O confronto entre essas duas experiências é a forma de mostrar como são as políticas de cada bloco aplicadas à vida real.
Os partidos da base aliada têm a convicção da necessidade de ampliação das conquistas do último período, como o fortalecimento do mercado interno, o aumento da soberania nacional, a continuidade da política de valorização do salário mínimo entre outras. As declarações dadas por Dilma Rousseff, no ato de apoio do PCdoB a sua pré-candidatura a presidência da República, endossam as diretrizes de nosso Projeto Nacional de Desenvolvimento, no que se refere `as possibilidades de avanços das mudanças iniciadas com o governo Lula.
A oposição concentra seus movimentos na comparação entre a biografia dos dois pré-candidatos (José Serra e Dilma Rousseff) à presidência da República. Essa é uma estratégia na tentativa de anular as diferenças entre os dois projetos. Neste sentido, assume um discurso conservador de ataque à experiência da ex-ministra Dilma no período da resistência à ditadura, critica sua incorporação aos grupos revolucionários daquele período. A direita, utilizando-se de setores dos meios de comunicação, tem deflagrado campanhas abertas de combate aos movimentos sociais. A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) faz campanha em rede nacional de TV contra a reforma agrária, atacando o MST. Os conservadores procuram desqualificar os avanços democráticos do país, especialmente o Plano Nacional de Direitos Humanos e deflagram uma reacionária campanha contra Cuba e contra a orientação soberana da nossa política externa.
Nas forças políticas que apóiam o presidente Lula vive-se uma fase de rearranjo e indefinições na construção dos palanques estaduais. Esses conflitos de natureza regional, ainda em curso, têm provocado certa instabilidade.
A construção do palanque estadual do campo do governo Lula em Minas continua indefinida, com a reivindicação do PMDB e do PT para ter o candidato ao governo. Neste sentido, a direção estadual do PT marcou para o dia 2 de maio a realização de suas prévias para definir um nome entre os pré-candidatos Patrus Ananias e Fernando Pimentel. Ao mesmo tempo, dirigentes nacionais do PMDB e PT estipularam o dia 9 de maio como prazo para uma definição conjunta dos dois partidos numa tentativa de um palanque único das duas legendas.
O PCdoB Minas reafirma a importância do entendimento entre as forças políticas da base aliada no estado, no sentido de reforçar o palanque único de apoio à pré- candidatura de Dilma Rousseff. Para o PCdoB , a unidade não é um apoio circunstancial, mas é o substantivo da vitória eleitoral do projeto das forças democráticas em Minas . Os partidos da base aliada devem superar os conflitos de natureza regional para que o projeto de construção de um país soberano, democrático, saia vitorioso nessas eleições.
O PCdoB entende que estão dadas as condições para uma forte candidatura ao Palácio da Liberdade do campo progressista e é fundamental vencer a candidatura de Antonio Anastasia, do PSDB, que quer manter a lógica neoliberal iniciada por Aécio Neves.
O PCdoB valoriza as iniciativas recentes das centrais sindicais e outras entidades dos movimentos sociais que têm intensificado suas articulações. Assumem maior protagonismo no debate pré-eleitoral. Têm realizado importantes movimentos grevistas, mantido as mobilizações junto ao Congresso Nacional para defender aprovação de Leis que avancem em conquistas de direitos e proposto agendas que tenham como finalidade a unidade dos trabalhadores. A Assembléia Nacional dos Movimentos Sociais que será realizada no dia 31 de maio e a Conferência Nacional da Classe Trabalhadora no dia 1º de junho em São Paulo. Em Minas, os comunistas devem mobilizar e participar das comemorações do Dia do Trabalhador e das reuniões preparatórias da Conferência Nacional das Classes Trabalhadoras;
O PCdoB, nesses últimos meses , preparou-se para participar do processo das eleições gerais, intensificando os contatos políticos com os partidos aliados, construindo suas chapas proporcionais e estruturando melhor o partido com novas comissões municipais e filiações. Aumentam as condições para alcançar nossas metas, de duplicar a bancada federal, a partir da garantia do atual mandato e triplicar a bancada estadual, com a recondução do mandato estadual já conquistado. O PCdoB reafirma a importância da candidatura ao Senado de Zito Vieira como a forma mais destacada de apresentar a opinião dos comunistas no debate programático dos rumos do Projeto Nacional de Desenvolvimento. O PCdoB deverá, ainda, se dedicar à organização das coordenações de campanha, à distribuição das forças partidárias por áreas de trabalho e a intensificação das filiações partidárias como reforço para a estruturação e ampliação dos apoios. No enfrentamento da batalha que se avizinha, os militantes e dirigentes partidários devem concentrar suas forças no sentido de organizar a estrutura partidária para alcançar êxitos ainda maiores.
Nesse quadro, o PCdoB deve dedicar-se, nos próximos dias, a preparar as seções municipais da sua convenção estadual, realizando eventos políticos coesos, amplos, com o objetivo da realização de uma grande convenção que definirá e aprimorará a nossa tática eleitoral. Além disso, organizar as seguintes tarefas:
a) Divulgar e debater o Projeto Nacional de Desenvolvimento, aprovado no 12º Congresso do PCdoB e que expressa nossa concepção tática para o futuro do país;
b) Debater nos fóruns partidários e com os amigos as prioridades para um programa de governo para Minas Gerais;
c) Ampliar as filiações partidárias em cada área de atuação a e consolidar as organizações partidárias, seguindo o planejamento da Comissão Estadual de Organização;
d) Aprofundar o debate sobre os dois projetos antagônicos em disputa, diferenciando-os;
e) Criar coordenação estadual de apoio à candidatura Dilma;
f) Elaborar elementos de um programa de governo para o estado que será a plataforma dos candidatos.
Belo Horizonte, 17 de abril de 2010
Comitê Estadual do PCdoB-MG
Da redação local