COREN critica a falta de profissionais em São Paulo
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com objetivo de averiguar e apurar eventuais deficiências no trabalho da Coordenação da Vigilância em Saúde (COVISA) recebeu hoje (13), o Conselho Regional de Enfermagem.
Publicado 14/04/2010 17:05 | Editado 04/03/2020 17:18
Representando o COREN – SP, a enfermeira Maria Angélica Azevedo Rosin informou aos membros da CPI sobre os trabalhos, inspeções, sistema de monitoramento e acompanhamento dos trabalhos do Conselho na cidade São Paulo.
O Conselho realiza visitas fiscalizatórias em Instituições de Longa Permanência de Idosos, Home Cares, Unidades Básicas de Saúde, hospitais, entre outros, onde há presença do profissional de enfermagem.
Com um sistema de informação avançado tecnologicamente, monitorado e alimentado diariamente, o Conselho consegue acompanhar a quantidade de profissionais por unidade de saúde.
Quadro Insuficiente de Profissionais nos equipamentos públicos
Segundo Maria Angélica, o número de profissionais de enfermagem nos hospitais públicos é insuficiente. A questão salarial, transportes e segurança são apontados como principais problemas para atuação do enfermeiro na rede pública de saúde.
“É difícil apontar um hospital público que não tenha insuficiência quanto ao número de profissionais e dificuldade estrutural dos equipamentos”, relatou a representante do COREN – SP.
Nos hospitais cuja administração é feita através de contrato com Organização Social (O.S.) o quadro é diferente. O salário é mais alto do que o pagamento feito em hospital administrado diretamente.
Nas Unidades Básicas de Saúde, porta de entrada da rede pública, o problema é ainda maior, apenas um enfermeiro é contratado por unidade, quando a necessidade seria de três a quatro profissionais.
“Há uma inépcia dos órgãos administrativos que não querem colocar a rede pra funcionar. Existe uma posição ideológica contra a estrutura oficial de saúde e esse posicionamento afeta e prejudica a nossa população, que deveria ser bem atendida e encaminhada ao atendimento de especialidade”, afirmou o vereador Jamil Murad, relator da CPI.
O Conselho Regional de Enfermagem relatou também que nas vistorias são encontradas muitas outras irregularidades como: medicamentos vencidos, casos de infecção hospitalar, falta de estrutura técnica e administrativa em hospitais e unidades básicas de saúde. Além de maus tratos, falta de enfermeiro, casos de cárcere privado, precária e insalubridade nos ILPI´s.
“Como tem pouca fiscalização nas Casas de Repouso para Idosos; logo após a autuação os proprietários mudam de endereço e reiniciam suas atividades com as mesmas irregularidades”, denunciou Maria Angélica Azevedo Rosin.
Saúde: Terceira economia mundial
A discussão sobre a Reforma da Saúde nos Estados Unidos evidenciou o poder econômico dos planos e indústrias do segmento em todo mundo.
O mercado mundial do Complexo Industrial da Saúde é avaliado em US$ 1 trilhão, (quase o total do PIB brasileiro) sendo US$ 670 bilhões da indústria farmacêutica, 25 bilhões da indústria de reagentes de diagnóstico e US$ 9 bilhões da indústria de vacinas.
Jamil alertou que “o interesse econômico atua na saúde, se mobilizam nas Câmaras Municipais, Assembléias Estaduais e no Congresso Nacional para interferir nas leis a favor de seus objetivos corporativos. E nós, atuamos para defender a saúde e garantir bom atendimento para o conjunto da sociedade brasileira”.
Aqui no Brasil o setor movimento 180 bilhões, sendo 90 milhões é destinado ao Sistema Único de Saúde (SUS) que atende 74% da população e 90 milhões para os 26% restantes.