OEA descarta corrida armamentista na América Latina
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, descartou nesta quarta-feira (07), em viagem à Colômbia, que exista " uma corrida armamentista" na América Latina, após o anúncio de que a Venezuela fará uma importante compra de armamento russo.
Publicado 08/04/2010 13:31
"É preciso ser objetivo. Na América Latina, as compras são muito inferiores às de outras regiões", declarou Insulza a jornalistas, em Cartagena, onde participa da 5ª edição latino-americana do Fórum Econômico Mundial.
"Não creio que haja uma corrida armamentista na região", acrescentou, ao assinalar que o tema poderá ser tratado na próxima assembleia geral da OEA. Durante sua permanência em Caracas, o primeiro ministro russo, Vladimir Putin, estabeleceu um convênio de compra e venda de armas com o governo venezuelano, de cerca de US$ 5 bilhões.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que as compras de armamentos não são parte de uma corrida armamentista, e que é um direito legítimo de qualquer país modernizar suas forças armadas e, sobretudo, defender a soberania nacional das constantes ameaças do império norte-americano.
O secretário adjunto dos EUA para a América Latina, Arturo Valenzuela, em visita à Colômbia, destacou que qualquer país tem direito de melhorar seu armamento, mas pediu para que se "reduza" o gasto militar na América Latina, em clara alusão ao acordo entre Rússia e Venezuela.
As declarações de Valenzuela contradizem abertamente a decisão da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, em dezembro de 2009, de aprovar um plano de gastos militares, proposto pelo presidnete baravk Obama, que alcança os US$ 630 milhões, para continuar financiando a guerra no Iraque e no Afeganistão.
A iniciativa garantiu, especificamente, US$ 128 milhões para gastos bélicos em ambos os países. "Somando todos os gastos militares do resto dos países, não daria para cobrir os gatos dos Estados Unidos", enfatizou o venezuelano.
Também em clara incongruência com o pedido para "reduzir" o gasto militar na região, o governo Barack Obama ordenou, em 2009, a instalação de sete bases militares na Colômbia, que desafia o processo d emudanças progressistas gestadas em vários países da América do Sul.
Por sua vez, o presidnete da Colômbia, Álvaro Uribe, também se somou ao discurso de Valenzuela, acrescentando que havia risco, sim, de uma corrida armamentista, que seria " imensamente daninha". O governo de Uribe, sob a desculpa de combater o narcotráfico, recebe permanete financiamento do governo dos Estados Unidos para o denominado Plano Colômbia, um projeto com com fins bélicos carregado de alta ingerência do governo norte-americano.
Ainda que as Nações Unidas contra as Drogas e o Crime (Unodoc, por suas siglas em inglês) tenham insistido que a Colômbia se tornou o maior produtor de cocaína do mundo e que ameaça ser também a maior fábrica de heroína da América Latina, o governo de Uribe não deteve a continuidade do Plano Colômbia.
Não em vão, em 25 de fevereiro de 2009, o então primeiro ministro da Defesa, Juan Manuel Santos – atual candidato presidencial -, informou, de Washington, a aprovação de um novo pressuposto na Câmara de REpresentantes estadunidense para continuar com o fornecimento de equipamentos e o financiamento do referido projeto militar. O montante acordado foi de US$ 545 milhões, segundo destacou o mesmo ex-ministro.
Fonte: Agência Bolivariana de Notícias