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SP: Funcionalismo público faz um "bota-fora" para Serra nesta 4ª

"Almoço de gala" com tíquete-refeição de R$ 4 e malhação do Judas estão entre as formas de protesto para esta quarta-feira (31/3), dia em que o goverandor de São Paulo deixa o cargo. O Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (SindSaúde-SP) e o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) realizam assembleias no mesmo dia.

Diferentes categorias do funcionalismo público de São Paulo realizam, nesta quarta-feira (31/3), uma série de atividades de "despedida" do governador José Serra (PSDB). Pré-candidato à Presidência da República, ele tem até o dia 3 de abril para deixar o cargo no governo do estado. O "bota-fora" inclui protestos articulados de 42 entidades sindicais.

No período da manhã, os servidores da saúde realizaram assembleia em frente à Secretaria Estadual da Saúde. Em passeata, os trabalhadores seguiram até o vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista para um "almoço de gala". Ironizando a precariedade das condições de trabalho, a refeição foi custeada com o valor de um vale-refeição diário dos funcionários públicos, R$ 4.

"Começamos os atos mostrando o que é possível fazer com R$ 4 de tíquete para a refeição principal do dia de um trabalhador", explica Carlos Ramiro, coordenador do Conselho de Políticas de Administração e Remuneração de Pessoal do Funcionalismo do Estado de São Paulo.

Um caminhão que conduziria o altofalante da Apeosp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo), estacionado desde 5h30 atrás do Masp, foi apreendido pela PM às 10h e escoltado de volta para a garagem da empresa que o alugou. Os policiais listaram 16 irregularidades, todas rebatidas pelos sindicalistas; de acordo com a PM, o carro não foi apreendido, apenas recolhido porque estava estacionado em zona "alta-restrição".

Vale-coxinha e truculência

Além do "almoço de gala"  que os funcionários da saúde planejaram fazer com o que apelidam de "vale-coxinha", ocorre também assembleia dos professores, marcada para as 14h no vão do MASP, para decidir sobre a continuidade da greve, que já dura 23 dias. Confirmando a relação de truculência que o governo Serra mantém com os movimentos sociais, às 13h30, o contingente policial foi era de, mais ou menos, 200 agentes.

Encerrada a assembleia, o funcionalismo público realiza uma passeata conjunta do vão do Masp até a praça Ramos de Azevedo, no Centro Velho da capital. "Vamos fazer um ato para dar adeus a um governo marcado pelo desrespeito com o servidor público estadual e pela falta de diálogo", aponta Ramiro.

A ação dos sindicatos gerou críticas da administração estadual. Nesta terça-feira, 30, dirigentes do PSDB prometeram ingressar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a Apeoesp e sua presidente por considerar que ato tem "interesse eleitoral". As atividades do "bota-fora" são organizadas pelo Sistema de Negociação Permanente (Sinp), entidade que reúne 42 sindicatos do funcionalismo público estadual e pela Apeoesp.

Pauta dos servidores da saúde

* 40% de aumento salarial
* Envio do projeto de reestruturação da carreira da saúde
* Aumento do vale-refeição de R$ 4 para R$ 14
* Jornada de 30 horas para todos os trabalhadores da saúde
* Implantação das COMSATs – Comissões de Saúde do Trabalhador
* Implementação das diretrizes do SUS no estado
* Fim das Organizações Sociais de Saúde (OSS) e retorno das unidades e serviços terceirizados para a administração direta no estado

Reivindicações dos docentes

* reajuste imediato de 34,3%;
* incorporação de todas as gratificações e extensão aos aposentados, sem parcelamento;
* contra o provão dos ACTs;
* contra a avaliação de mérito;
* pela revogação das leis 1093, 1094, 1097;
* por um plano de carreira justo;
* concurso público de caráter classificatório.

De São Paulo, Luana Bonone, com Rede Brasil Atual e Terra