Ministério da Justiça reafirma ser contra legalização dos bingos
Contrário à legalização dos bingos no Brasil, o Ministério da Justiça participou de audiência na manhã desta terça-feira (30) na Câmara dos Deputados sobre o assunto. Representantes de órgãos governamentais, associações de trabalhadores e da sociedade civil estão discutindo substitutivo apresentado pelo deputado Regis de Oliveira (PSC-SP) a oito projetos de lei – além dos bingos, a proposta libera o uso de vídeobingos e caça-níqueis.
Publicado 30/03/2010 18:59
Para o secretário Nacional de Justiça do MJ, Romeu Tuma Júnior, uma eventual legalização destes jogos pode trazer uma série de conseqüências negativas para o Brasil. “Se o projeto for aprovado, vamos abrir uma porta para a lavagem de dinheiro e atuação do crime organizado”, defendeu.
Segundo ele, o Brasil ainda pode ter prejudicada sua ambição em conseguir um assento permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). “Não iremos cumprir uma das determinações do Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (Gafi)”, avisou. O Gafi é um organismo inter-governamental, composto por 34 membros, entre Estados e organismos internacionais, que desenvolve políticas para a proteção do sistema financeiro global.
Tuma Júnior não concorda com o argumento daqueles que dizem que a legalização dos bingos impediria a atuação do crime organizado no setor. “Os proprietários são os mesmos, as máfias chinesa e italiana, e grupos ligados ao tráfico de drogas. Uma atividade ilícita não pode ser exercida”, sentenciou.
Para ele, o caminho é uma reunião entre os parlamentares e órgãos de fiscalização governamental da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (ENCLA) para que o assunto seja debatido de forma mais profunda. Tuma Júnior cobrou também a aprovação da nova legislação de combate à lavagem de dinheiro, que está na Câmara dos Deputados.
Fonte: Ministério da Justiça