Reunião entre FHC e Roriz constrange líderes tucanos
O encontro entre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz (PSC), ocorrido na última segunda-feira (22), provocou constrangimentos e deixou a cúpula do PSDB irritada. Roriz lidera as pesquisas sobre a sucessão ao governo do DF e já ofereceu apoio à candidatura de José Serra (PSDB) à Presidência da República.
Publicado 24/03/2010 16:38
Ele é investigado pelo Ministério Público por denúncias de que o esquema do mensalão do DEM, que derrubou o governador José Roberto Arruda, teria começado em sua administração.
O encontro foi articulado pelo vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge, e foi considerado desastroso.
"Brasília é um campo minado para todos os lados. Qualquer movimento pode gerar explosão", advertiu o deputado Jutahy Júnior (PSDB-BA). Serrista de primeira hora, Jutahy recomenda cautela. "Qualquer compromisso eleitoral em Brasília, antes do prazo máximo que é 30 de junho, é uma temeridade para qualquer candidato."
"Preferia o Fernando Henrique defendendo a legalização da maconha", lamentou, bem-humorado, o deputado Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB-ES).
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), também criticou a reunião e mostrou-se contrário a qualquer aliança com Roriz. Para ele, Serra não precisa de palanque no DF. Ainda segundo Virgílio, não é papel de Fernando Henrique fazer ou desfazer acordos.
Serristas querem PSC, mas sem apoio de Roriz
Defensores da candidatura Serra querem vê-lo coligado com o PSC na eleição presidencial, mas não querem ouvir falar em aliança com Roriz, que deve tentar volta ao governo do Distrito Federal.
"Nosso acordo com o PSC é nacional e não diz respeito às eleições estaduais", disse o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).
O trabalho dos articuladores tucanos para fechar coligação nacional com o PSC encontra explicação no tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão. Juntos, o PSDB, DEM e PPS somam 6 minutos e 48 segundos em cada um dos dois blocos diários de 25 minutos de programa em rede nacional. Se o PSDB fechar aliança nacional com o PTB e o PSC, ganhará um minuto a mais no programa da oposição.
Da redação,
com agências