Jornada de Lutas em Goiânia reúne cerca de 3 mil estudantes

Nesta quarta-feira, 24 de março de 2010, cerca de três mil estudantes fizeram uma manifestação solicitando mais verbas e qualidade na Educação, além da aprovação de 50% do Fundo Social do Pré-sal para Educação. Os estudantes saíram em passeata da Praça Universitária rumo ao Palácio Pedro Ludovico Teixeira, prédio administrativo do Governo do Estado de Goiás.

 A Jornada de Lutas da Ubes e Uges, em Goiânia, começou às 7 horas da manhã quando os estudantes chegavam em suas escolas. Integrantes da União Goiana dos Estudantes Secundaristas tinha dado o recado anteriormente. “Vamos fazer uma grande passeata nesta quarta-feira”, conta entusiasmada Ana Cláudia Moura, da Escola Estadual Olga Mansur.

 
Embaixo de muito sol, os estudantes se concentraram na Praça Universitária às 8 horas da manhã e saíram às ruas em passeata gritando palavras de ordem. Somava três mil jovens descendo a Avenida Universitária, tantas vezes passarela das manifestações estudantis de Goiânia.
Bandeiras de Luta
 
Diego Alves, presidente da União Goiana dos Estudantes Secundaristas destacou o cerne da atividade. “A nossa luta é para defender a meia-entrada na cultura, no esporte e no lazer, pela valorização e qualificação dos profissionais da Educação, pela reforma urgente das escolas públicas que estão em péssimas condições, em defesa do meio-passe no transporte público. O problema é que não tem verba? Não aceitamos mais essa resposta. Agora apontamos uma saída, a aplicação de metade do fundo social do pré-sal para a educação” – disse o dirigente estudantil.
 
Ainda segundo Diego, participaram da manifestação as escolas estaduais, Olga Mansur, Pedro Gomes, José Alves de Assis, Jardim Guanabara, Novo Horizonte, Pré-Universitário (antigo Colú), Jardim América, o Instituto Estadual de Goiás, o Colégio Estadual Jovens e Adultos (Ceja) do Setor Universitário e o Ceja do Jardim América, além do Liceu de Goiânia. 
 
Liceu de Goiânia
 
Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico, o Colégio Liceu de Goiânia já foi centro de vários debates do movimento estudantil, mas sem o consentimento antecipado da diretora do colégio, não puderam comparecer no ato. Mesmo assim, os jovens manifestantes pararam em frente ao Colégio clamando aos seus estudantes para aderirem à manifestação. Após alguns minutos, com intervenção policial, mas de forma pacífica, a maioria dos estudantes do Liceu, foi liberada para o ato. 

 
A passeata seguiu para o Palácio Pedro Ludovico Teixeira, sede administrativa do Governo do Estado. Lá, uma comissão, representando os onze colégios, foi recebida pelo chefe de gabinete do governador, Nei Nogueira, a quem foi entregue uma pauta de reivindicações.
 
Representações sociais 
 
Em frente ao local, ao som de trio elétrico os jovens continuaram com palavras de ordem. A professora Ailma Maria, presidenta estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) esteve no ato e parabenizou os estudantes pela luta. “Nós professores estaremos sempre junto aos estudantes lutando pela qualidade na educação, pela valorização da classe trabalhadora. Todo o país será beneficiado com nossas lutas” – falou aos estudantes a dirigente sindical. 
 
O vereador de Goiânia, Fábio Tokarski também esteve presente e ressaltou a importância da luta estudantil, da gratuidade do ensino público e de qualidade e das bandeiras de luta do movimento estudantil. Sobre o passe-livre, Tokarski recomendou que além desta luta, as entidades estudantis, como a Uges, deveriam propor um projeto para os estudantes terem direito ao meio passe de ônibus também nas férias. Segundo o vereador, é importante também para o estudante ter acesso a cultura, ao esporte e ao lazer. “O estudante precisa de ter acesso também ao teatro, ao cinema, no tempo livre que ele tem”, lembrou Tokarski.
 Foto: Hedmilson Ornelas
 
Fábio Tokarski apontou ainda que os estudantes precisam reivindicar também outras grandes lutas dos movimentos sociais, como emprego, moradia, transporte público, ensino básico gratuito, vagas em Cmeis, aumento do número de vagas nas universidades públicas, entre outras. “Precisou um operário, com pouco estudo chegar à presidência para valorizar a educação, para expandir as estruturas das universidades públicas, criar inúmeras escolas técnicas, escolas de tempo integral, entre tantos outros benefícios que o governo Lula traz”, finalizou o vereador que foi bastante aplaudido pelos estudantes. 
Da redação local,

Eliz Brandão