Virada se firma como um dos maiores eventos da capital
Foi preciso pique para acompanhar as 24 horas de programação da I Virada Cultural de Aracaju, realizada no sábado, 20. Durante todo o dia foram realizadas atividades artísticas, culturais, recreativas e esportivas em 28 pontos da cidade. A iniciativa da Prefeitura de Aracaju foi um marco na história da capital, pois ofereceu opções de entretenimento variadas e gratuitas, atingindo todos os públicos e inserindo Aracaju no roteiro das cidades que realizam grandes circuitos culturais.
Publicado 22/03/2010 11:10 | Editado 04/03/2020 17:20
Foram mais de 30 apresentações de teatro e dança que aconteceram nas ruas e em salas de espetáculo; seis horas de apresentação de filmes na Ponte do Imperador; cinco polos com shows de atrações locais, como Gladston Rosa, Mingo Santana, Cartel de Bali e Amorosa, e ainda nomes como Chico César, MV Bill e João Bosco, conhecidos nacionalmente. A madrugada no Beco dos Cocos, no Centro da cidade, foi dedicada à música eletrônica, com mais seis horas de show que seguiram até o amanhecer.
A ponte do bairro Industrial foi o cenário das apresentações do movimento hip hop, com batalhas de ‘break', grafite e basquete de rua. A tradição circense pode ser conferida em frente ao Shopping Riomar, onde foram apresentados espetáculos de vários circos. Grupos folclóricos seguiram em cortejo pelas ruas do Centro da cidade. Diversas oficinas e atividades esportivas ocorreram durante todo o dia.
Para quem queria relaxar, o projeto Rua Viva, no calçadão da 13 de Julho, trouxe atividades como yoga e meditação, além de proporcionar mais contato com a natureza. No encerramento da I Virada Cultural, no início da manhã do domingo, o encontro de sanfoneiros animou o café da manhã tipicamente nordestino nos mercados municipais.
Cinema
A partir das 18 horas, a Ponte do Imperador se tornou uma sala de cinema ao ar livre, com exibição de produções sergipanas e nacionais. Um dos destaques da noite foi o filme ‘O Homem que Engarrafava Nuvens', documentário sobre a vida e a obra de Humberto Teixeira, compositor da música ‘Asa Branca', conhecido popularmente como o ‘Doutor do Baião'.
O curta-metragem ‘Grávido', dirigido por Ítalo Lucas, foi exibido pela primeira vez durante a Virada Cultural. Para o diretor, a exibição foi uma pré-estréia, uma oportunidade de divulgar seu trabalho. "Gostei de ver os curtas exibidos, alguns eu já conhecia, outros assisti pela primeira vez", contou Ítalo.
O administrador Lauder Souza disse que o evento ajuda a desenvolver o lado cultural de várias formas. "Vejo que a organização não se preocupou apenas em divulgar os grupos culturais, mas também filmes que não vemos no cinema. Isso é muito valioso. Depois daqui vou curtir os shows no bairro Industrial", revelou.
Manutenção
Na opinião da estudante de teatro Sandy Soares, a Virada Cultural foi muito importante, pois funcionou como uma vitrine. "É uma oportunidade de mostrarmos o que está sendo produzido na universidade. O aniversário da cidade nunca foi tão bem comemorado. Foi uma iniciativa que deu certo e tem que ser feita várias vezes", opinou.
Para a Maicyra Leão, coordenadora do curso de Teatro da Universidade Federal de Sergipe (UFS), essa foi uma grande iniciativa. "Tenho muitos amigos em outros estados que tiveram uma visão muito positiva da programação. Mas, para muitas pessoas, esse ainda é um acontecimento estranho, novo. Por isso é necessário que haja eventos preparatórios, que criem expectativa para que as pessoas se organizem para participar das atividades da Virada Cultural, como já acontece com o Projeto Verão", analisou.
Circuitos
A Virada Cultural vem se somar aos outros circuitos que já acontecem na capital, como o ‘Arte em Toda Parte', criado em 2007 para levar arte, diversão e entretenimento para os bairros da capital. Outro circuito que já se firmou no calendário de eventos oficiais da cidade é o ‘Projeto Verão', que reúne atividades esportivas, recreativas e shows musicais na Orla de Atalaia durante a alta estação.